Pagar para provar que procuram emprego: desespero no Vale do Cávado
O discurso de que os desempregados são, quase por natureza, preguiçosos e as medidas de cariz securitário para controlar todos os passos dos desempregado a fim de os tornarem em máquinas de “procura activa” de emprego já começa a fazer vítimas no Vale do Cávado.
Segundo notícia do jornal i, já existe um nome para uma prática grotesca em que empresas da região do Vale do Cávado fazem os desempregados trabalharem de graça ou a pagarem 5€ para que a empresa lhes ofereça um carimbo que servirá de prova de procura activa de emprego no IEFP. O nome desta extorsão dá conta da normalidade com que é praticada: “Chapa cinco”.
Todos quantos já estiveram desempregados sabem bem a humilhação a que a “procura activa” de emprego os sujeita. Por causa de uma ideia errada de que os desempregados se encostam à sombra da bananeira milhares de pessoas são obrigadas a mendigar carimbozinhos às empresas a fim de poderem permanecer a receber o subsídio de desemprego.
O “Chapa cinco” mostra bem que há sempre quem se aproveite do desespero. É sintomático que aconteça numa das regiões mais afectadas pelo desemprego.
É pena que os que se preocupam com sucessões na chafarica ou com o escândalo da semana não se lembrem dos problemas do país real.
Ricardo Santana
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Há muitas formas de procurar emprego e de provar essa procura. O envio de candidaturas espontâneas através de carta registada com aviso de recepção é uma delas.
Olá anónimo,
Na verdade não é bem assim. O IEFP reúne com cada desempregado e obriga-o a apresentar as provas e pode obrigá-lo a fazê-lo de muitas maneiras: tudo de internet, internet e cartas, internet, cartas e visitas a empresas.
No caso destas pessoas terão sido obrigadas a ir também às empresas.
O caso é mais do que triste.