Passos acha que baixar salário mínimo é a "medida mais sensata". Cavaco recusa confrontar o Governo
“A medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta” – disse Passos Coelho quando confrontado pela oposição com a proposta de aumento do salário mínimo. É uma declaração muito mais do que infeliz por parte do chefe de Governo e que prova que este Executivo não tem qualquer intenção de mudar o curso e aliviar a vida das pessoas.
Ainda não há uma semana se realizou a maior manifestação de sempre em todo o país e Passos Coelho mostra que não aprendeu nada, que não ouviu nada, que não vai mudar nada e que não quer saber de ninguém. De um Governo com um Primeiro-ministro assim ninguém pode esperar que se retire sozinho, porque o fanatismo é total, como afirma o grupo que organizou a manifestação “Que se lixe a troika!”.
Passos prova que leu e estudou a cartilha até à última gota, incluindo o capítulo sobre salários de eficiência que, em toda a sua extensão, levam à defesa do trabalho sem qualquer remuneração.
Cavaco Silva, por seu lado, saiu ontem à rua depois de ter estado 35 dias sem ser visto publicamente e disse que “as vozes que se fizerem ouvir não podem deixar de ser escutadas” e que, da sua parte, “as preocupações são manifestadas há muito tempo”. Mas o país não pode esperar que o Presidente tenha “alertado”, ou que esteja “preocupado”, se Cavaco tivesse, de facto, ouvido as vozes dos manifestantes teria ouvido a palavra mais repetida nas manifestações de sábado: “demissão!”.
by