Passos Coelho abre portas a mais "outsourcing" no Estado

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou na passada 4ª feira, véspera da Greve Geral, que pretende aumentar o recurso à externalização de serviços no Estado. Ou seja, competências e capacidades que são actualmente garantidas com recursos públicos, passarão a ser um negócio para empresas que nos cobrarão (a todos) o preço do seu lucro. Em nome desta oferta aos privados, a administração pública vai sendo esvaziada e perde competências próprias, quer para garantir as suas condições de funcionamento, quer para prestar os necessários serviços aos cidadãos. Basta notar que entre as mesas de oradores e a plateia que ouviu estas palavras de Passos Coelho estavam os próprios candidatos a ficar com o negócio.

“Faz sentido que cada ministério tenha a sua área de recursos humanos, reproduza necessidades de formação, processamento salariais, descontos para sistemas de pensões, faz sentido? Faz sentido que o Estado tenha funcionários públicos e não tenha noção transversal dos recursos humanos que tem?”. É com esta argumentação gasta que o primeiro-ministro vai justificar a oferta aos privados dos serviços que hoje são públicos. A experiência já demonstrou abundantemente que a externalização de serviços que antes eram cumpridos pelos serviços públicos aumenta os custos e degrada a qualidade. E, sabemos bem, abre caminho à sua privatização definitiva e substitui funcionários públicos por trabalhadores precários.

notícia no Jornal de Negócios.

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