Passos Coelho tenta intimidar movimento social
As declarações feitas ontem pelo primeiro-ministro terão deixado muitas pessoas perplexas. Programado o ar grave, Passos Coelho avisou para o perigo de “quem se entusiasma com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora”; gente que, assegura, quer “trazer o tumulto para as ruas de Portugal”. Este nervosismo com aparência de firmeza só pode ser interpretado como uma tentativa de intimidar o movimento social e, sobretudo, como o anúncio da intenção de criminalizar e isolar antecipadamente as mobilizações que estão programadas e outras que previsivelmente surgirão.
Desta forma, Passos Coelho tenta sobretudo ampliar o seu período de carta branca para impor a austeridade ao conjunto da população e concretizar as mudanças que vão tirar em escassos meses direitos que levaram décadas a conquistar. Com o anunciado aumento da contestação, o primeiro-ministro procura desvalorizar as suas razões e desvia as atenções com o “papão” da violência. A intervenção das várias organizações e movimentos que recusam a austeridade para os mais fracos e a degradação das condições de vida, as mobilizações previstas para os próximos dias e semanas, terão de ser também uma resposta inequívoca a esta tentativa de diminuir a legitimidade dos protestos e da acção colectiva.
Pedro Passos Coelho |
Carvalho da Silva considera as declarações de Passos Coelho “uma provocação”, apelando à participação nas manifestações do próximo dia 1 de Outubro e considerando que é nesta e noutras mobilizações que se vão encontrar “políticas alternativas” (ver vídeo aqui). Os trabalhadores da TNC continuam mobilizados, exigindo justiça e a lutar pelos salários e pelo futuro da empresa. Os trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo não desarmam e vieram recentemente a Lisboa para denunciar o desmatelamento da empresa e defender os postos de trabalho. Enfermeiros em Lisboa denunciam despedimentos por e-mail, enquanto em Trás-os-Montes lutam contra a precariedade. Os professores vão voltar às ruas: já no próximo dia 10, a indignação contra “o maior despedimento da história do ensino” marca encontro no Rossio; e no dia 16, a Fenprof convocou jornadas de protesto e luta para todas as capitais de distrito. Entre 21 e 28 de Setembro vai ter lugar a “semana de indignação dos polícias”. A 15 de Outubro, Lisboa vai responder ao apelo dos indignados de Madrid, num protesto que poderá juntar quem exige outra democracia e, sobretudo, outro futuro e outra vida.
Estamos integralmente comprometidos e contribuiremos com o nosso empenho para o sucesso e a força de todas as mobilizações que exigem caminhos alternativos à austeridade selectiva que está a destruir o presente e o futuro de milhões de pessoas. Recusamos, pois, as tentativas de silenciamento da indignação e de criminalização dos movimentos sociais e das suas acções e iniciativas. Apelamos à presença de todos nas mobilizações previstas e sabemos que lá encontraremos muitas pessoas que não estão dispostas a aceitar a lei da rolha nem as injustiças.
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Apagaram comentário pq?
Vocês são tão púdicos às vezes. Sinceramente.
Até enjoa. Mas já não se pode dizer nada, é?
Vão lá entregar cartinhas e papéis à lá M12M, ver se conseguem alguma coisa. Enfim.
Pode-se dizer de tudo. Apelos anónimos à violência é que não.
O povo deve erguer-se contra os responsaveis desta crise!
Não podemos aceitar que nos imponham sacrificios (só a nós) e ficar calados!
Minuto 3:20!!!
http://vimeo.com/28689873
O Algarve tem visitantes frequentes vindos da nossa vizinha Espanha,que se deslocam de automóvel.
Com essa medida de pagar na A22, muito provavelmente, muitos espanhois deixarão de nos visitar ou virão menos vezes. Ou seja é dinheiro que deixa de entrar no nosso Portugal. Contas feitas por alto, não sei se compensa. Sacrificam ainda mais os portugueses, fecham uma torneira de entrada de divisas e lá vamos nós até Espanha atestar o depósito. Saída de divisas. Acho que esta medida é meia parva! Já agora: Se os combustíveis fossem mais baratos que em Espanha, centenas de milhares de espanhois viriam cá de boa vontade. Seria mais uma entrada de divisas.