Passos contra-ataca com jogo político, mas o facto mantém-se: não pagou Seg. Social
Esta tarde Passos Coelho fez um discurso violento a fechar as jornadas parlamentares do PSD para dizer: “Não sou um cidadão perfeito, nunca o procurei ser. Muitas vezes me atrasei ou não entreguei [contribuições] na altura que o Estado me exigiu, mas quem quiser remexer na minha vida para encontrar episódios desses não precisa de se dar a esse trabalho nem quebrar as regras de sigilo. Nunca deixei de solver as minhas responsabilidades, não tenho qualquer dívida ao fisco”.
O Primeiro Ministro tentou fugir para o debate partidário acusando os jornalistas e tentando dizer que o que se está a passar é uma manobra em que remexem na sua “vida privada” para ganhar as eleições.
Mas o facto mantém-se: Pedro Passos Coelho trabalhou a recibos verdes entre 1999 e 2004 e não descontou para a Segurança Social. Não cumpriu uma lei que entrou em vigor quando era deputado. Quando foi contactado pelos jornalistas sobre esta matéria disse que sabia do problema desde 2012, mas que só iria pagar quando deixasse o governo. E hoje soube-se que dos mais de 8000€ de dívida que deveria ter, pagou apenas um quarto.
Não há nenhum spin ou estratégia de comunicação que ilibe Passos Coelho. Esta é uma questão muito grave porque um governante não pode achar normal não pagar Segurança Social, nem se pode desculpar. Tem de tirar consequências.
Desde 2007 que os Precários Inflexíveis acompanharam as vagas de notificação da Segurança Social aos recibos verdes e desde esse ano que acompanhamos muitas histórias de pessoas desesperadas com essas dívidas. Sabemos a dureza dessa realidade e por isso não desculpamos, nem relativizamos.
Sempre o dissemos: o Código Contributivo é injusto e díficil de compreender e por isso destrói a vida de centenas de milhares de pessoas. Tem de ser alterado e já. No entanto, o governo não pode ter mão de ferro com uns e perdoar tudo a outros.
Ao longo desta semana continuaremos a difundir os erros que a Segurança Social fez e como prejudicaram os trabalhadores independentes. Não vamos esquecer.
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