Pedido de colaboração em trabalho sobre "precarização da sociedade portuguesa"

Os Precári@s Inflexíveis divulgam aqui um pedido de ajuda de uma antropóloga que está a fazer um trabalho sobre a “precarização da sociedade portuguesa”. Se a puderes ajudar contacta-a. Os Precári@s Inflexíveis desejam a este e a todos os trabalhos sobre precariedade a melhor das sortes, pois não podemos fazer esta luta e ganhá-la sem sabermos mais sobre o assunto. 
“Começo pelo princípio: chamo-me Inês Fonseca e sou antropóloga (podem consultar o meu CV, desactualizado, aqui: http://www.fcsh.unl.pt/deps/antropologia/docentes/ines-fonseca). Actualmente, estou a realizar uma investigação de pós-doutoramento (financiada pela FCT) sobre aquilo que designo como a “precarização da sociedade portuguesa”. Interessa-me a forma como as pessoas mobilizam as suas redes familiares, de amigos e vizinhos para fazer face a situações de desemprego ou de dificuldades económicas.


O meu trabalho de campo está a ser realizado junto de antigos operários na Baixa da Banheira (concelho da Moita). Trata-se de observar os percursos desses trabalhadores que vieram dos meios rurais de todo o país (sobretudo do Alentejo) para aquela região, onde encontravam trabalho e melhores condições de vida, na década de 1960. Entretanto, com o processo de desindustrialização que aquela região viveu a partir dos anos 1980, essa situação alterou-se (a mobilidade social deixou de ser possível e as redes de apoio e entreajuda, que funcionavam anteriormente, deixaram de ser operacionais).

Como método de trabalho, utilizo a recolha de histórias de vida (entrevistas não dirigidas) e tanto quanto é possível, estou presente no terreno e participo nas actividades quotidianas desta comunidade.

Neste momento, estou a preparar um texto (que integrará uma obra colectiva sobre identidades e mudança social, onde participo com o tema dos trabalhadores precários). Decidi escolher o tema da protecção social como elemento de diferenciação entre duas gerações distintas de precários – os tais antigos operários e os precários da nova geração (os que se organizam em movimentos). Para tal necessito entrevistar pessoas a propósito da sua situação relativa à segurança social. As entrevistas versarão sobre o tema da situação concreta das pessoas e sobre a sua maneira de ver e de pensar relativamente ao tema da protecção social dos trabalhadores.

Para a realização das entrevistas, posso deslocar-me aos locais e nos horários mais convenientes para as pessoas.
Claro que as entrevistas e tudo o que as pessoas me disserem será tratado de forma ética e responsável – por exemplo, serão atribuídos pseudónimos aos entrevistados e a situação profissional (ligação a empresas ou instituições) será camuflada sempre que necessário. Depois de transcrita a totalidade da entrevista, o interessado poderá fazer uma leitura e sugerir os cortes que considerar absolutamente necessários (será a única intervenção dos participantes no resultado final).

Os eventuais interessados, podem contactar-me através deste e-mail: pintofonseca.ines@gmail.com.

Fico, então a aguardar a divulgação da mensagem e espero ter bastantes respostas!”

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