Pedro Martins: o Secretário de Estado que faz Enforcement para reduzir salários e atacar o subsídio de desemprego
Sec Estado Emprego-Pedro Martins |
Na Assembleia da República, o Secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, defendeu que um aumento do salário mínimo dificultaria a situação das empresas e iria contribuir para um aumento do desemprego, apontando um paralelismo entre o aumento do salário mínimo nos últimos anos e a subida do desemprego. Defendendo da forma mais aguerrida a posição dos grupos económicos e dos patrões, o Secretário de Estado clarificou um pouco melhor aquilo a que se propõe, afirmando que em temos relativos, e em relação ao salário médio, o salário mínimo não é baixo. Apresentou-se portanto dedicado a destruir a importância do salário mínimo, e a construir argumentação para que a sociedade culpe os trabalhadores pela destruição económica e do emprego que estamos a viver, sempre que estes se organizem para exigir mais salário (e portanto menos desigualdade) ou melhores condições de vida. A apresentação de mais um alto responsável político ficou feita, dispensando a presença dos patrões mais radicais. Este é um governo de classe, alta.
Uma passagem pelo seu blogue, ironicamente chamado de Economia das Pessoas, permite confirmar as posições de terrorismo social deste professor pescado em Inglaterra. Em Janeiro deste ano, Pedro Martins, mostrava-se indignado pelo facto de que havia um número muito reduzido de trabalhadores a perder o subsídio de desemprego. Escrevia assim o professor Pedro: “será que esta percentagem tão baixa de cessações deve-se ao respeito escrupuloso por parte dos desempregados das regras do subsídio – ou, mais provavelmente – à falta de “enforcement” por parte dos centros de emprego?”
Enforcement foi a palavra escolhida pelo professor Pedro para dizer que a legislação de exclusão social, criada pelo governo Sócrates, e o seu cumprimento pelos centros de emprego, deveria forçar mais trabalhadores desempregados a perderem o apoio social. Apesar desse apoio se basear nas contribuições dos trabalhadores, ou seja, apoio para o qual descontaram, seja ele o subsídio de desemprego ou social de desemprego. Enforcement será o que poderemos esperar da parte do governo para que uma das suas metas seja atingida: o fim do subsídio de desemprego.
Os trabalhadores, os cidadãos, não farão Enforcement, mas darão no dia 24 de Novembro – Greve Geral, toda a sua força, a sua vida e solidariedade, para que os fanáticos liberais organizados hoje no Governo de Portugal, em representação, ou fazendo parte das organizações de capital, sejam substituídos rapidamente pela Democracia. Ela hoje, não está no governo de Portugal.
Ver:
Aumento do salário mínimo pode ter “efeitos perversos”
Estudo desaconselha aumento do salário mínimo
Economia das Pessoas – blog do Secretário de Estado, Pedro Martins