Pedro Mota Soares anuncia novas regras do RSI – Um assalto à sopa dos pobres

Pedro Mota Soares descobriu hoje mais um pedaço do plano que tem na manga para a destruição do Rendimento Social de Inserção (RSI) e perseguição aos seus beneficiários, maioritariamente idosos e crianças pobres, que tem vindo a anunciar a pouco e pouco.

Já tínhamos denunciado anteriormente a redução orçamental destinada ao RSI e a imposição de dificuldades acrescidas aos actuais e futuros beneficiários (aqui). Agora, Mota Soares esclareceu o que timidamente tinha anunciado à menos de um mês: as prestações do RSI vão passar a ser pagas só após a celebração dos contratos de inserção em que os beneficiários se comprometem a cumprir com um programa de inserção local.

Importa salientar que este contrato sempre existiu embora a sua celebração se realizasse  após os primeiros pagamentos de forma a responder mais rapidamente às necessidades básicas de quem vive em dificuldades, pois actualmente a Segurança Social não possui meios para assegurar este processo em menos de 3 ou 4 meses.

Pedro Mota Soares sabe da incapacidade de resposta da Segurança Social e joga com ela de forma a poupar uns trocos e a eliminar alguns meses de pagamento de RSI. É o assalto à sopa dos pobres. Tentando legitimar estas medidas, o ministro da S.S. tenta dividir, afirmando que “no RSI devemos separar o trigo do joio”, criminalizando e generalizando a ideia de que os beneficiários deste apoio (maioritariamente atribuído a idosos e a crianças) são preguiçosos, não querem trabalhar e andam a viver do trabalho alheio.

Um especialista em segurança social, em entrevista à Antena 1, “considera que o Governo está a desvalorizar as pessoas que precisam do RSI, ao vê-las como preguiçosas e com pouca vontade de voltar ao mercado de trabalho, e servindo-se desse estigma para poupar receita”.