PEPAC: “candidatei-me com uma expectativa grande de aprender algo novo” | Testemunho
Recebemos este testemunho de um estagiário dos PEPAC que conta a sua experiência e exige a integração nos quadros do Estado:
«Eu candidatei-me ao programa com uma expectativa grande, de aprender algo novo, como o que acontece normalmente nos estágios promovidos pelo IEFP para as empresas.
Pensei que fosse aprender mais sobre a minha profissão e que a mesma me permitisse depois deter de um currículo abrangente para o requisito quase mínimo do mercado de trabalho português (atualmente seja qual foi a área académica). No entanto essa expectativa desfez-se numa desilusão.
Quando cheguei ao local eu deparei me com uma falta de recursos humanos qualificados, ou seja, do pouco que eu sabia eu tinha que aplicar por mim, e ao longo do tempo fui aprendendo a trabalhar na minha área consoante as necessidades que aquele organismo tinha.
Fiz os meus objetivos, fiz mais tarefas exigidas por ausência de recursos humanos qualificados, e acabei o estágio com uma nota elevada. No entanto, a nível de procedimentos concursais para técnicos superiores, esta nota não tem qualquer validade a não ser se for no ministério onde realizei o estágio.
Por tal, peço a minha integração nos precários do estado, porque embora tenha sido estagiário, realizei funções além dos objetivos pretendidos para o estágio profissional e estive a ocupar um posto de trabalho que acabou por ficar vazio assim que eu conclui o estágio.»
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Caro amigo
Passei pelo mesmo entre 2013/2014 em estágio PEPAC. Achei isso uma autêntica palhaçada dado que devíamos ser automaticamente integrados no final do estagio (e também tive nota máxima). Desde que o acabei q estou desempregado – tendo apenas tido um contrato de emprego-inserção na minha área académica no qual fiquei um ano (outra situação anedótica) mas que para efeitos de nda contou…a falta de recursos humanos no estado é grave…de gente qualificada também…de pessoas que nd fazem e nd querem trabalhar tb…enfim…estou no mesmo barco e mais pessoas estarão por certo…. portanto apelo que os precários possam dar voz a estas pessoas ex-estagiárias do Estado muitas delas no desemprego como eu, muitas a receberam o RSI ou na miséria…ou completamente voltadas a trabalhos que em nada glorificam ou realçam o mérito delas, pelo contrário, torna-as parte de um sistema cada vez mais podre!
Também fiz um programa do PEPAC no ano passado e estou desempregada. A verdade é que saí da minha área de residencia para o fazer. Quando entrei, fui sem ter propriamente noção do que fazer, não posso negar que aprendi alguma coisa e os colegas também ajudaram-me. Porém, a verdade é que não atingi a totalidade dos objectivos porque ou não havia trabalho devido aos atrasos ou havia em demasia e eu serviria para suprimir a falta de recursos humanos. E de facto, poderia ter aprendido muito mais, ficou aquém das minhas expectativas.
Para que serve em termos curriculares e profissionais, não sei, fica a questão. Não me sinto mais preparada para enfrentar o mundo laboral e parece que foi tudo em vão, limitado a um papel (certificado) e quem de facto tirou o proveito do nosso trabalho foi o Estado e os funcionários que são malandros efectivos.