Pingo Doce: protestos em vários lojas do país
Na “Semana de Luta” convocada pela CGTP, que termina esta quinta-feira, coube hoje ao CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal) organizar concentrações e protestos em algumas lojas da cadeia Pingo Doce.
Estas são as exigências:
– aumento de um euro por cada dia de trabalho
– aumento do subsídio de alimentação para 5,65 euros
– cartão funcionário que permita um desconto de 8% nas lojas da cadeia (à semelhança do que acontece na concorrência)
– respeito pelas tabelas de horários de trabalho negociadas no Acordo da Empresa
– maior higiene nas instalações sanitárias reservadas aos funcionários
Antes da convocação destas concentrações, o sindicato, pediu para ser recebido pela empresa. Foi-lhes dito que as datas não se encaixavam na agenda possível mas não foi feita uma contra-proposta de data. A Jerónimo Martins continua a provar que não tem grande interesse em ouvir o que os seus funcionários têm para lhe dizer. Provavelmente estariam mais preocupados com outro tipo de audições, é que hoje, no exacto dia em que estes trabalhadores reivindicam um tratamento mais justo por parte da empresa, soube-se que o resultado líquido do grupo, entre Janeiro e Setembro, aumentou 32% em relação ao ano transacto. Para além disto, também hoje se fica a saber que o grupo vai expandir-se para a América do Sul, mais propriamente para a Colômbia.
É lamentável que, numa altura em que a economia portuguesa atravessa grandes dificuldades, uma das poucas empresas que mostra sinais claros de crescimento não tenha em conta aqueles que contribuem de uma forma decisiva para o seu sucesso. Mais, fazem-no com vínculos de trabalho precários e ilegais, sem uma remuneração condigna e com pressões psicológicas diárias, como ficou provado no último 1º de Maio em que milhares de trabalhadores foram forçados a trabalhar nesse dia.
No Pingo Doce “sabe bem pagar tão pouco” aos funcionários e sabe bem não ter escrúpulos para obter lucros que permitem expansões, mesmo que para isso se contraia a vida de quem lá trabalha.
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