PMEs ameaçam deixar de criar postos de trabalho a partir de Junho
Se fosse verdade, esta pequena ameaça até seria boa. Primeiro porque neste momento em Portugal ninguém percebe muito bem o que é posto de trabalho, e por isso, talvez se os deixassem de “criar” se percebesse aquilo que faz falta. Depois, porque significava que não contratariam mais gente numa rotatividade alucinante e que portanto teriam de manter os postos/lugares de trabalho daqueles e daquelas que lá estão, mesmo que ganhando muito pouco. Ninguém em seu perfeito juízo acredita que os gestores das PME, na sua maioria gente desclassificada, sem formação nem visão, e apenas bem recheados de esperteza saloia e armados em exploradores de mercado negro e branco, fossem fechar portas porque iriam mandar porta fora os que lá trabalham, e não contratariam (precariamente) mais ninguém. Ficariam assim sem o seu ganha-milhões.
A passagem ou extorsão do nosso dinheiro, dos quadros de investimento directamente para os bolsos de alguns quantos privados que engordam enquanto o país que trabalha emagrece, também não é novidade, mas não deixa de ser curioso o despudor com que falam disto.
Aquilo que é mais interessante são as próprias reacções bestiais destes autênticos senhores feudais do mercado negro em que se tornou o trabalho em Portugal. Estão tão habituados à sua poltrona encostada à exploração e ao “quero, posso e mando” do dia a dia, que qualquer notícia, que não seja exactamente de acordo com os seus pensamentos, por mais distante e abstrata que seja, os faz perder as estribeiras e a pouquíssima educação que em geral têm, e desbaratar a dizer parvoíces, tontices e outras fofuras que nos fazem felizes.
Ó Augusto, tem calma pá! A malta está na luta mas tu ainda estás muito à frente… ainda és o maior.
rUImAIA
*QREN – Quadro de investimento público, vulgo dinheiro, guito, euritos, massa, pilim, cheta. Obtido em boa parte através dos impostos pagos e dos pagamentos a instituições públicas.