Porque é tão importante combater a precariedade?
A precariedade é hoje um dos maiores flagelos sociais do nosso país, transversal em todos os sectores e não escolhe idade. Em Portugal a primeira forma de precariedade, os contratos a prazo, foram introduzidos e generalizados nos anos 80 aquando da intervenção do FMI. Mais tarde a introdução dos trabalhadores avençados no Estado dão o pontapé de saída para que ao longo de duas décadas mais de dois milhões de trabalhadores em Portugal venham a ser colocados nesta situação.
Uma enorme força laboral que se vê privada daquilo pelo qual os seus pais e avós lutaram nos tempos mais adversos onde a exploração era regra, e onde a solidariedade entre gerações e trabalhadores era um desejo. Assim foi criada a Segurança Social, riqueza maior dos princípios solidários motivada pelo princípio da reciprocidade em caso de dificuldades, desemprego, assistência médica gratuita e universal, assistência familiar e reformas dignas.
O que aconteceu e porque ouvimos falar sobre a possibilidade de falência dentro de uma década? De uma forma genérica esse fundo era regido sobre o princípio intocável de uma pertença comum, e de tão valioso que era pelo valor acumulado foi usado e delapidado para pagar loucuras de opções governativas como foi recentemente a nacionalização do BPN ou as parcerias público-privadas geradoras de dívida.
Com a generalização da precariedade e os baixos salários inerentes a esta condição, que é também antecâmara do desemprego, a diminuição das contribuições para a Segurança Social pelo seu valor percentual em relação ao salário leva a que esse fundo , a Segurança Social (propriedade de todos os trabalhadores) tenha cada vez menos dinheiro para que nos possam ser oferecidos serviços sociais de qualidade. Vulgar é agora nos dias de hoje um trabalhador com um mínimo de direitos ser quase obrigatoriamente levado a contrair um seguro de saúde privado devido à dificuldade crescente de resposta do Serviço Nacional de Saúde.
Em suma quanto mais precariedade existir no mundo laboral, menos dinheiro tem a Segurança Social, e portanto menos condições e segurança têm os trabalhadores e as suas famílias quando dela necessitam. Tudo isto se configura num quadro tenebroso, onde só os mais financeiramente avultados têm acesso a esses cuidados, acentuando cada vez mais as desigualdades e quebrando o importante princípio da solidariedade, coluna basilar da coesão e do progresso em geral. Não podemos aceitar que as novas e dissimuladas praças de jorna sejam agora a regra sob o perigo de vermos as gerações vindouras condenadas à miséria e desprovidas de qualquer sentido humano e solidário. Não quereremos perder o legado pelo qual gerações e gerações de trabalhadores ansiaram e lutaram e por isso estaremos em toda parte… na ruas, nas praças, nos locais de trabalho, nas instituições, …a combater a miséria, a segregação e o sectarismo.
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Em suma quanto mais precariedade existir no mundo laboral, menos dinheiro tem a Segurança Social, e portanto menos condições e segurança têm os trabalhadores e as suas famílias quando dela necessitam. Tudo isto se configura num quadro tenebroso, onde só os mais financeiramente avultados têm acesso a esses cuidados, acentuando cada vez mais as desigualdades e quebrando o importante princípio da solidariedade, coluna basilar da coesão e do progresso em geral. Não podemos aceitar que as novas e dissimuladas praças de jorna sejam agora a regra sob o perigo de vermos as gerações vindouras condenadas à miséria e desprovidas de qualquer sentido humano e solidário. Não quereremos perder o legado pelo qual gerações e gerações de trabalhadores ansiaram e lutaram e por isso estaremos em toda parte… na ruas, nas praças, nos locais de trabalho, nas instituições, …a combater a miséria, a segregação e o sectarismo.
Nunca desistiremos! Quantos mais formos mais força teremos!