Portugal é o terceiro país europeu com mais precariedade

A Comissão Europeia divulgou ontem o relatório anual sobre o mercado laboral, no qual indica que Portugal está entre os três países europeus com maior peso do trabalho precário. Números oficiais que falam em 53,5% de contratos precários dos trabalhadores entre os 15 e os 24 anos; 20% entre os 15 e os 49 anos; 10% entre os 50 e os 64 anos. Um cenário de verdadeiro colapso social, mas que, infelizmente, não surpreende. E até, como sabemos, está estimado abaixo da realidade.
Este relatório, no entanto, tem alguma novidade: a Comissão Europeia admite, mesmo que de forma tímida, que a desregulamentação das leis laborais tem efeitos negativos no emprego, na qualidade de vida e até… na produtividade. E assinala ainda que a precariedade é cada vez mais uma condição permanente para milhões de pessoas, apenas interrompida por períodos de desemprego. Neste projecto sem futuro, a Comissão Europeia descobre – acabaram as surpresas… – uma única solução: a “flexisegurança”. Ou seja, impor a precariedade generalizada, para toda a gente e sem excepção, mas temperada com uma promessa vaga de apoio no desemprego. Neste beco sem saída política, em que a precariedade é o problema e a solução ao mesmo tempo, não se encontra mais do que desorientação perante a indignação crescente. Da nossa parte, só nos resta mesmo lutar para exigir o presente e o futuro, recusando a precariedade, o desemprego e austeridade sem fim à vista.
notícias, por exemplo, aqui ou aqui.
Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather