Portugal o 2º melhor país do mundo para ser despedido, será mesmo?
Uma televisão norte-americana publicou uma reportagem onde conclui que Portugal é um dos países que mais benefícios dá a quem não tem trabalho, sendo mesmo considerado o segundo melhor país do mundo para se ser despedido!! As razões apontadas estão no valor do subsídio de desemprego médio, que equivale a 83% do último salário, mas também outros «benefícios». No entanto, é importante notar que, com as novas regras de atribuição do subsídio de desemprego, que entraram em vigor a 1 de Julho, o valor do subsídio não pode ser superior a 75% da retribuição líquida do último salário.
Assim, para completar melhor o trabalho de pesquisa jornalístico da televisão norte-americana importa referir:
–que em Portugal o número de pessoas sem emprego e sem subsídio continua a aumentar batendo recordes, estando mais de 40% dos desempregados sem subsídio de desemprego;
– a pobreza já afecta mais de 500 mil trabalhadores, sendo Portugal é um dos países mais assimétricos da Europa na distribuição de rendimentos: os 20% mais ricos ganham 6,1 vezes mais do que os 20% mais pobres, e nem o facto de ter trabalho é garantia de sobrevivência;
Assim, será realmente Portugal o 2º melhor país do mundo para ser despedido?
Ver também:
Sobre a pobreza e o Salário Mínimo em Portugal
Salário Mínimo Nacional e Despedimento a la carte
Sócrates quer indexar salários à disposição dos patrões
Sobre a pobreza e o Salário Mínimo em Portugal
Salário Mínimo Nacional e Despedimento a la carte
Sócrates quer indexar salários à disposição dos patrões
Título do Cartoon: Próxima paragem: Desemprego (tirado daqui)
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É uma pena vocês não o entenderem mas é precisamente por esse motivo que vocês são precários. É por causa da segurança no trabalho que vocês são precários e mal pagos. O dia vão entender. Quanto mais garantias são dadas aos trabalhadores mais precariedade mal paga haverá. Vocês estão bloqueados por quem tem emprego garantido e com contrato escrito e que ninguém pode despedir sem se meter num grande assado.
Olá Eduardo,
assim de repente, parece-me que o amigo se contradiz. Então e por haver trabalhadores com garantias que nós somos precários?
O melhor então é tirar as garantias aos outros e torná-los precários também.
Mas?!?!? Isto não é o que tem sido feito, e não é isso que já nos torna, aos precários, 1/3 dos trablahdores no activo?
E já agora, as empresas que despedem trabalhadores estão num grande assado? :p LOL!
Acho que este país se está então a tornar num grande barbecue! Eu que gosto tanto de carninha assada é que ainda não lhe senti o cheirinho.
Tem a certeza que as empresas ficam num barbecue quando despedem? Ou foi o que disseram os trabalhadores do costume na TV? Aqueles: O António Saraiva, o Paulo Morgado de Carvalho, o Van Zeller, os editores de economia dos media…
Terão sido esses?
🙂
Um abraço e continuação de boa disposição.
O que se passa é o seguinte: os empresários sabem que actualmente é um grande risco contratar alguém porque, para além de ser praticamente impossível despedir alguém sem pagar uma fortuna, nem sequer podem mudar de localização ou as funções dessa pessoa e, por isso, não contratam. Nas empresas em que já há trabalhadores com contrato, contratam-se precários fresquinhos para fazer o trabalho que essas pessoas não fazem ou fazem mal. Esta é a realidade. Vocês querem ter os privilégios de quem vos barra o acesso ao trabalho e a serem bem pagos. Eu compreendo mas é um pouco cínico da vossa parte. Agora pode continuar com os LOLs e com os smileys típicos de quem não quer perceber o que é evidente (ou então típicos de quem se quer aproveitar da situação dos precários).
Eduardo, ainda bem que vamos às questões interessantes e por isso respondo ponto a ponto:
-“os empresários sabem que actualmente é um grande risco contratar alguém porque, para além de ser praticamente impossível despedir alguém sem pagar uma fortuna”: o salário médio em Portugal ronda os 750€. Se a pessoa trabalhar numa empresa há 3 anos, recebe 2250€ de indemnização, julgo que estamos de acordo em que não é uma fortuna. Para além disso, lamento mas tenho de lhe pedir que indique alguns casos de empresas que não conseguem despedir por terem de pagar uma fortuna. Acho que não devemos confundir factos e números com ideias vagas sobre uma coisa qualquer.
-“…nem sequer podem mudar de localização ou as funções dessa pessoa e, por isso, não contratam.”: está enganado mais uma vez. Aconselho-lhe a leitura do Artigo 194.º Transferência de local de trabalho do CT. Para além disto que já o deve informar relativamente às noções vagas presentes no CT, lembro-lhe ainda que cerca de 1.5 milhões de trabalhadores são precários, e como deve imaginar, isso não abona muito em defesa dos direitos de quem trabalha, ou seja, perante a chantagem de ficar sem emprego, as pessoas facilmente cedem.
– “Nas empresas em que já há trabalhadores com contrato, contratam-se precários fresquinhos para fazer o trabalho que essas pessoas não fazem ou fazem mal. Esta é a realidade.”: então os precários são melhores trabalhadores do os outros? Ou será que nos outros países os trabalhadores com direitos ainda não se aperceberam que podem ser maus trabalhadores como os portugueses? Ou será que mais uma vez faz afirmações, neste caso acusações, vagas e preconceituosas sem qualquer tipo de justificação/confirmação em dados concretos? Para mim, é a última resposta a certa.
-“Vocês querem ter os privilégios de quem vos barra o acesso ao trabalho e a serem bem pagos.”: quem nos barra acesso ao trabalho é quem acumula lucros gigantescos em vez de ser reintroduzido o dinheiro numa economia de produção e de emprego com direitos. Quem nos rouba emprego é quem deslocaliza fábricas para ir para países com mão-de-obra com menos direitos. Nenhum trabalhador rouba trabalho a ninguém pelo mesmo motivo que não roubamos ar ou oxigénio uns aos outros: porque todos precisamos de trabalho para sobreviver.
-“Eu compreendo mas é um pouco cínico da vossa parte. Agora pode continuar com os LOLs e com os smileys típicos de quem não quer perceber o que é evidente (ou então típicos de quem se quer aproveitar da situação dos precários).”: os smileys não são cínicos, são apenas a demonstração da ironia que se percebe quando alguém observa com preconceito e falta de conhecimentos, e pretende dar lições de moral a partir de um sofá fofinho sem que seja apresentada qualquer proposta concreta de melhoria das condições de vida das pessoas.
Antes de falar precisamos de nos informar. É esse o conselho que lhe deixo: deixar de lado os preconceitos e as “letras gordas” dos jornais e ter uma atitude mais crítica e informada (que pressupõem trabalho) sobre as coisas.
Cumprimentos
Vamos a isso!
-“”os empresários sabem que actualmente é um grande risco contratar alguém porque, para além de ser praticamente impossível despedir alguém sem pagar uma fortuna”: o salário médio em Portugal ronda os 750€. Se a pessoa trabalhar numa empresa há 3 anos, recebe 2250€ de indemnização, julgo que estamos de acordo em que não é uma fortuna. Para além disso, lamento mas tenho de lhe pedir que indique alguns casos de empresas que não conseguem despedir por terem de pagar uma fortuna. Acho que não devemos confundir factos e números com ideias vagas sobre uma coisa qualquer.” O que refere é falso, só é 2.250 se o trabalhador aceitar.
-“”…nem sequer podem mudar de localização ou as funções dessa pessoa e, por isso, não contratam.”: está enganado mais uma vez. Aconselho-lhe a leitura do Artigo 194.º Transferência de local de trabalho do CT. Para além disto que já o deve informar relativamente às noções vagas presentes no CT, lembro-lhe ainda que cerca de 1.5 milhões de trabalhadores são precários, e como deve imaginar, isso não abona muito em defesa dos direitos de quem trabalha, ou seja, perante a chantagem de ficar sem emprego, as pessoas facilmente cedem.” O que refere é falso, o trabalhador tem que aceitar a deslocalização. O resto é verdadeiro: quem pode (tem contrato), não cede; quem não pode (os precários que não têm contrato), tem que se aguentar à bronca.
– “”Nas empresas em que já há trabalhadores com contrato, contratam-se precários fresquinhos para fazer o trabalho que essas pessoas não fazem ou fazem mal. Esta é a realidade.”: então os precários são melhores trabalhadores do os outros? Ou será que nos outros países os trabalhadores com direitos ainda não se aperceberam que podem ser maus trabalhadores como os portugueses? Ou será que mais uma vez faz afirmações, neste caso acusações, vagas e preconceituosas sem qualquer tipo de justificação/confirmação em dados concretos? Para mim, é a última resposta a certa.” É uma questão de incentivo: quem sabe que não tem de se esforçar muito, não se esforça, e vice-versa, é da natureza humana (é o caso dos trabalhadores portugueses do Luxemburgo).
-“”Vocês querem ter os privilégios de quem vos barra o acesso ao trabalho e a serem bem pagos.”: quem nos barra acesso ao trabalho é quem acumula lucros gigantescos em vez de ser reintroduzido o dinheiro numa economia de produção e de emprego com direitos. Quem nos rouba emprego é quem deslocaliza fábricas para ir para países com mão-de-obra com menos direitos. Nenhum trabalhador rouba trabalho a ninguém pelo mesmo motivo que não roubamos ar ou oxigénio uns aos outros: porque todos precisamos de trabalho para sobreviver.” Quer dizer que os empresários não empregam toda a gente por birra…
-“”Eu compreendo mas é um pouco cínico da vossa parte. Agora pode continuar com os LOLs e com os smileys típicos de quem não quer perceber o que é evidente (ou então típicos de quem se quer aproveitar da situação dos precários).”: os smileys não são cínicos, são apenas a demonstração da ironia que se percebe quando alguém observa com preconceito e falta de conhecimentos, e pretende dar lições de moral a partir de um sofá fofinho sem que seja apresentada qualquer proposta concreta de melhoria das condições de vida das pessoas.” Não são os smileys que são cínicos, nem são vocês, é a vossa pretensão.
“Antes de falar precisamos de nos informar. É esse o conselho que lhe deixo: deixar de lado os preconceitos e as “letras gordas” dos jornais e ter uma atitude mais crítica e informada (que pressupõem trabalho) sobre as coisas.” Não percebo porque gasta tanto tempo com uma pessoa tão ignorante e preconceituosa como eu, toquei nalgum ponto sensível?