Portway quer «jovens frescos e fofos à procura do primeiro emprego» para impor precariedade | Testemunho
Recebemos este testemunho, que publicamos na integra:
«No decorrer da minha actual procura de emprego deparei-me com um anúncio publicado pela Portway (empresa de handling do aeroporto de Lisboa) para a recruta de “Técnicos de Tráfego de Assistência em Escala” TTAE.
Enviei a minha candidatura e fui convocado para uma sessão de esclarecimentos numa sala de conferências do hotel Tryp junto ao aeroporto, onde compareci.
Fiz parte do primeiro grupo do primeiro dia composto por mais 15 candidatos aproximadamente. Durante toda essa sessão aconteceram demasiadas vezes situações de enorme falta de profissionalismo por parte das duas responsáveis dos recursos humanos, mais grave, aconteceram também explicitas atitudes discriminatórias com os presente e uma situação de gozo e ridicularização relativa à idade de um candidato.
Executaram de fotografias de cara e corpo dos candidatos e foi claro o exercício de coação passiva, de modo a forçar os candidatos a aceitarem situações de trabalho precárias de ante-mão.
Estive ainda presente no segundo dia de recruta o qual designaram de “assessment” em que, apesar de muito menos agressivo que a dita sessão de esclarecimentos, contou igualmente com algumas situações degradantes.
Após esta minha experiência é minha convicção que a Portway convoca pessoas já sabendo que não as vai contratar, mas fá-lo pela necessidade de ter presentes um numero considerável de pessoas para poderem realizar um assessment, ou seja, terem pessoas em suficiente numero para criar dinâmicas de grupo e avaliar os poucos que potencialmente interessam e que consistem sobretudo, isto dito pelo pessoal dos recursos humanos, em “Jovens frescos e fofos à procura do primeiro emprego”. De salientar que a esmagadora maioria não eram jovens frescos à procura do primeiro emprego.
Gostaria de ver este tipo de situações, práticas e comportamentos extintos.»
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