Precariedade: 84% dos desempregados jovens não recebem subsídio de desemprego

De acordo com uma notícia do DN de hoje, cerca de 84% dos jovens desempregados não recebe subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego, ou seja, há 60 mil dos 71,6 mil jovens desempregados que não recebem qualquer prestação social.

Isto acontece principalmente devido à precariedade laboral a que estão sujeitos. A maioria dos jovens estão aprisionados no binómio trabalho precário/desemprego, pelo que não consegue acumular os 15 meses de descontos para a Segurança Social que lhes permitem aceder ao subsídio de desemprego. Para muitos, aliás, a sua situação de falsos recibos verdes agrava a situação, porque muito embora tenham tempo de descontos suficientes o vínculo ilegal que são obrigados a aceitar pelos patrões corta-lhes o acesso a esse direito. Os estágios profissionais são apenas mais uma face deste problema.

Para além disto, o número de desempregados jovens (pessoas com menos de 25 anos) é elevadíssimo – cerca de 30%.

O Governo lançou agora uma campanha de marketing e argumentando que está a tentar resolver a situação dos jovens precários irá baixar para 12 meses o período de descontos para a Segurança Social necessário para se poder aceder ao subsídio de desemprego e permitirá ainda aos recibos verdes aceder a esta prestação social.
No entanto, estas acções não resolvem o problema essencial da vida destes milhares de jovens e de milhões de trabalhadores: a precariedade.

Os falsos recibos verdes devem ter acesso a contratos de trabalho e não se deve naturalizar o vínculo ilegal a que estão sujeitos e a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato sem termo. A premissa é simples: a precariedade tem de ser combatida e não legalizada, pois é nela que radicam os problemas dos trabalhadores jovens e menos jovens.

 
Notícia DN aqui.
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