Precariedade Arquelógica
Chegou-nos este relato de um amigo acerca de precariedade na arqueologia:
Viva! Gostaria de vos comunicar uma situação que se passou na última semana e que tem sido assunto para alguma discussão no seio da comunidade arqueológica portuguesa.
Como sabemos, os arqueólogos portugueses trabalham a falsos recibos verdes. Não têm direito, portanto, a subsídios de alimentação ou deslocação, sendo que trabalham na grande maioria das vezes deslocados (por vezes mesmo a mais de 500km de casa). O vencimento diário de um arqueólogo é, em média, de 50euros; no entanto, feitas as contas rapidamente esse valor desce para 33euros (basta fazer a retenção e o pagamento da segurança social…).
Ora, na última terça feira 7 arqueólogos abandonaram a equipa de escavação do sítio de Porto Torrão (Ferreira do Alentejo) uma vez que a empresa responsável pelos trabalhos não paga os dias em que, por chover, é impossível trabalhar. Na verdade, não nos compensava nada gastar dinheiro em gasóleo ou bilhete de transportes públicos e alimentação durante a semana e estar sempre na expectativa das condições meteorológicas. Isto é, caso chova uma semana inteira, o vencimento será de… ZERO euros!
Não é suposto trabalharmos para ganhar dinheiro (e não perder…)?Basta olhar para qualquer empresa de construção civil e ver que qualquer trabalhador deslocado tem direito a subsidio de deslocação e alimentação e, mais importante, tem direito a 5 dias de vencimento semanal, independentemente de poder, ou não, trabalhar por causa de chuva. E quando falamos de arqueólogos (pessoas com formação especifica, licenciados)… onde estão as garantias? Onde estão os direitos?
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