Precariedade e demagogia na rentrée de Sócrates
Foi um primeiro-ministro em tom triunfal e esperançado nos efeitos pacificadores da época estival, que não teve qualquer problema, com a pompa das rentrées, em falar de emprego enquanto anunciava a edificação de mais uma catedral da precariedade subsidiada com dinheiros públicos. O Governo “garante o acompanhamento” através do Instituto de Emprego e Formação Profissional, embora não saiba dizer nada ainda sobre o tipo de vínculos e salários que vão ser praticados no novo mega-call-center.
As duas centrais sindicais já reagiram, anunciando preocupação perante o optimismo do Governo e alertando para a crescente precariedade no mundo laboral em Portugal. A UGT, pela voz de João Proença, diz que esta realidade é “uma aposta sem futuro”. Já Maria do Carmo Tavares, da CGTP, alerta para o facto da precariedade estar a “atingir recordes”, enquadrando já 25% do emprego em Portugal e atingindo especialmente as camadas mais jovens.