Precariedade e demagogia na rentrée de Sócrates

José Sócrates, como já havia feito saber nos últimos dias, esteve hoje em Santo Tirso para reaparecer nas televisões depois das férias. O cenário também já era conhecido: aproveitar o anúncio da implentação de um novo call-center da PT – e dos prometidos 1200 “postos de trabalho” -, a inaugurar apenas daqui a um ano, para falar de emprego, suportado nas estatísticas mais recentes.

“Estamos perto do objectivo [dos tais 150 mil empregos do cartaz da campanha eleitoral]”, garantiu Sócrates. Notícias, por exemplo aqui ou aqui.

Foi um primeiro-ministro em tom triunfal e esperançado nos efeitos pacificadores da época estival, que não teve qualquer problema, com a pompa das rentrées, em falar de emprego enquanto anunciava a edificação de mais uma catedral da precariedade subsidiada com dinheiros públicos. O Governo “garante o acompanhamento” através do Instituto de Emprego e Formação Profissional, embora não saiba dizer nada ainda sobre o tipo de vínculos e salários que vão ser praticados no novo mega-call-center.

As duas centrais sindicais já reagiram, anunciando preocupação perante o optimismo do Governo e alertando para a crescente precariedade no mundo laboral em Portugal. A UGT, pela voz de João Proença, diz que esta realidade é “uma aposta sem futuro”. Já Maria do Carmo Tavares, da CGTP, alerta para o facto da precariedade estar a “atingir recordes”, enquadrando já 25% do emprego em Portugal e atingindo especialmente as camadas mais jovens.

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