Precariedade em Barcelos através do IEFP
Partilhamos aqui uma reportagem da SIC Notícias sobre a chantagem do desemprego no Concelho de Barcelos. Os desempregados são agora usados para realizar trabalho precário (e mesmo grátis!), com a passividade (e cumplicidade) das autoridades públicas. São na sua maior parte mulheres, desempregadas há mais de seis meses e quase sempre do sector têxtil.
O sentimento é de medo, depois de terem sido enganadas várias vezes por empresários da zona de Barcelos que usam o IEFP para recrutar trabalho, não pago, que depois termina novamente em desemprego. O esquema é: chamar pessoas inscritas no centro de Emprego, empregá-las durante algum tempo e depois mandá-las embora sem pagamento. Passado algum tempo a história repete-se, com a mesma pessoa! Há mesmo fábricas que não pagam os salários, mas que continuam a receber propostas do Centro de Emprego.
Os sindicatos do sector queixam-se de falta de fiscalização, mas a resposta do Presidente do IEFP, Francisco Madelino, é vaga: “é uma situação que pode acontecer a qualquer pessoa que vai trabalhar para uma empresa (…) o que nós (IEFP) podemos garantir é que nos digam essas situações, para que o histórico dessas empresas fique registado”. Não há portanto aqui um empenho legal de chamar a ACT, se calhar porque não existe, para criminalizar este conluio de empresários que se aproveita dos cerca de 6000 desempregados do concelho de Barcelos.
Já aqui postamos por várias vezes casos de anúncios descarados de emprego que não cumprem as regras mínimas. Quando isto acontece no IEFP é um caso ainda mais grave porque se trata de um organismo que deveria oferecer emprego e não precariedade.
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