Precariedade na Lisnave: palavras de Carvalho da Silva

A concentração de ontem em frente à Lisnave contou com a presença e o apoio de Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP. Esta concentração foi uma acção de protesto contra o despedimento de Filipe Rua, membro da comissão de Trabalhadores, que, segundo justificação da administração da Lisnave, ajudou um dirigente sindical a participar num plenário de trabalhadores precários que ocorreu dentro das instalações da empresa.
Carvalho da Silva acusou a empresa de estar a promover um ” despedimento político” e de recusar aos trabalhadores o direito de discutirem os problemas derivados do seu vínculo precário.


Deixamos aqui um excerto da notícia do DN:

“A administração da Lisnave sabe muito bem que tem aqui cerca de 80 a 90 por cento de trabalhadores com vínculo precário. Para discutir os problemas dos trabalhadores que aqui laboram, é preciso discutir com esses 80 a 90 por cento de trabalhadores”, justificou, aproveitando o exemplo da Lisnave para se referir à situação do país.

Para o líder da CGTP/IN, as duas causas fundamentais que levaram à situação de desemprego em que se encontram cerca de 650 000 trabalhadores, são a “proliferação da precariedade do trabalho e a destruição do sector produtivo”, sendo a Lisnave “um exemplo do que pode ser essa degradação”.

“A Lisnave ainda tem hoje alguma qualidade porque há uma aquisição do passado de formação, de sentido de organização do trabalho, mas, mantendo e intensificando a precariedade, tudo isto se esvazia rapidamente e, dentro de pouco tempo, infelizmente, ao que assistiremos é à justificação, com qualquer argumento técnico, do desaparecimento da empresa”, disse.
“Nós não queremos isso. O país precisa do aparelho produtivo e não há aparelho produtivo eficaz sem trabalhadores com os seus direitos”, frisou o líder da CGTP/IN.

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