Precariedade nas AEC's é notícia no jornal SOL

Há já algum que os professores das actividades de enriquecimento curricular (AEC’s) têm vindo a dar voz à sua condição precária (em Lisboa e no Porto) denunciando, também, a consequente precarização do próprio sistema de ensino. Facto que criou alguma agitação na comunicação social e, obviamente, na opinião pública. O assunto foi até, por intermédio do Bloco de Esquerda, alvo de um projecto de resolução apresentado à Assembleia da República que foi chumbado com os votos do PS e PSD, com a abstenção do CDS. Continuaremos solidários com esta organização que luta pelo reconhecimento de direitos no trabalho para milhares de profissionais.
 
Post retirado do Blog das dos Professores das AEC’s da Grande Lisboa:
« “Professores de segunda”. É este o título duma reportagem que ocupou duas páginas da última edição do jornal semanário Sol, que retrata as dificuldades dos profissionais das Actividades de Enriquecimento Curricular e os prejuízos para a Escola pública que resulta da forma irresponsável como está a ser implementado o programa da “Escola a tempo inteiro”.  “Clica” nas imagens abaixo para as ampliares e leres a reportagem na íntegra.
Os nossos colegas Margarida Barata e Bruno Rosa, professores na Grande Lisboa, deixam o seu testemunho na reportagem. Falam de como é difícil ser forçado a viver com muito pouco e a ter outros trabalhos para aguentar; de como é viver presos aos falsos recibos verdes e não tendo acesso ao devido subsídio de férias ou de Natal; de como é ficar sem trabalho no final do ano lectivo, sem quaisquer direitos nem fonte de rendimentos, depois de servir o sistema público de ensino. No fundo, como diz o Bruno, tratados como verdadeiros “alienígenas” na comunidade escolar.

Uma colega do Porto, forçada ao anonimato devido ao receio de represálias da Edutec, diz mesmo que naquela cidade as AECs são implementadas à “lei da bala”. Basta recordar a escandalosa forma como foram recrutados os profissionais este ano e o clima de ameaça que se seguiu à organização dos nossos colegas no Porto.

A reportagem termina dizendo que esperamos que o Governo nos reconheça o direito a termos um contrato de trabalho. É verdade. Esperamos, mas não esperamos sentados: é o mínimo que exigimos imediatamente e trata-se apenas dos mais básicos direitos. “O Governo tem que esclarecer o que quer realmente com as AECs”, diz a Margarida, acrescentado que não pode ser à custa “da situação precária de 15 mil professores”.

O Governo sabe-o perfeitamente, como a reportagem assinala logo no início: o actual secretários de Estado Alexandre Ventura escreveu-o em relatórios oficiais no passado, dizendo que quem assegura as AECs tem um “estatuto inferior”. Será que vão ter o descaramento de, mais um vez, deixar o próximo ano lectivo começar com a mesma situação vergonhosa que este terminou? »

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