Precariedade sem fronteiras
“Dos 120 mil portugueses que saíram do País para trabalhar na construção, 60 mil estão em condição irregular. Têm contratos ilegais e muitos nem recebem subsídios de alimentação”
« Pelas contas do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Norte, nos últimos anos, saíram de Portugal mais de 120 mil pessoas para trabalhar em obras, nomeadamente em Espanha, França, Bélgica, Holanda, Suíça, Angola, Reino Unido e Noruega. E destes operários, metade vive com condições precárias de trabalho »
« Estão com contratos ilegais ou não têm contratos e não recebem subsídios de Natal, nem de férias nem de alimentação. Vão através de empresas ou de angariadores de mão-de-obra individuais e quando chegam ao destino não lhes é pago o prometido »
Segundo o diário de notícias, esta é uma situação que preocupa aos sindicatos, disso nós não temos dúvidas e partilhamos essa preocupação, já o mesmo não podemos dizer em relação à ACT (Autoridade para as Condições de trabalho) e ao inspector-geral do trabalho, Paulo Morgado, que a representa, porque sabemos que compactuam com os patrões na imposição da precariedade – aqui, aqui, aqui, entre outros.
Emigrantes e imigrantes, partilham a mesma condição, são gente mais fácil de submeter à exploração, são duplamente precários, porque a agravar as relações de poder, desiguais entre patrões e trabalhadores, estes muitas vezes não têm “papeis”, são considerados ilegais e vivem a dupla chantagem que os empurra para o silêncio e submissão: o desemprego e a clandestinidade.
A precariedade não tem fronteiras, mas a nossa luta e solidariedade também não!
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