Precários e em casa dos pais
O último relatório do Eurostat, que se debruça sobre as condições de vida dos jovens na Europa a 27, mostra que os jovens portugueses estão entre aqueles que mais adiam o momento de sair de casa dos progenitores: Cerca de 58 por cento dos portugueses com idades entre os 18 e os 34 anos ainda vivem com os pais, a média na UE é de 46 por cento.
Refere ainda que nos países do Sul da Europa a percentagem de jovens que tardam em cortar o cordão umbilical é três ou quatro vezes superior à dos países do Norte. As causas apontadas para isto são devidas ao prolongamento do tempo dos estudos e sobretudo por causa da precariedade laboral.
O relatório confirma que ter um emprego nem sempre permite aos filhos sair de casa, e que entre os jovens que já trabalhavam apesar de viverem ainda com os pais, 36 por cento tinham um contrato temporário. E, independentemente da variação da taxa nos diferentes países, as razões apontadas eram semelhantes em todos: os contratos temporários não permitem a assunção dos encargos inerentes a ter casa própria. “Esta elevada percentagem pode ser resultado da crescente flexibilização do mercado de trabalho”, apontam os autores do relatório, para reforçar mais à frente que “a ausência da segurança inerente a emprego de longo termo contribui para estas saídas tardias da casa dos pais”.
É inegável que as políticas de austeridade irão agravar ainda mais a vida de muitos jovens adultos nos próximos anos, impossibilitando-os de terem acesso a uma vida condigna, com direitos sociais, constituição de família e de terem emprego, e a dependência dos pais ainda será assim mais acentuada, e agravada no caso daqueles que já não tiverem esse suporte familiar. “Geração Perdida“, foi este o termo atribuido a esta geração, a mais escolarizada e precária de sempre, é necessário combater e contrariar esta fatalidade.






