Professores das AECs já têm blog!
Os professores e professoras das Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs) já têm um blog em funcionamento. Este novo sítio de denúncia e partilha de informações experiências está aqui.
A iniciativa foi dos professores das AECs do Porto, que se mantêm em luta por contratos de trabalho e pelo fim da situação injusta e irregular em que se encontram, obrigados a passar (falsos) recibos verdes à Edutec (uma das várias empresas de trabalho temporário de ocasião, que aproveita este negócio infâme proporcionado pelo Governo e por muitas Câmaras Municipais), depois de contratos humilhantemente numa garagem, num verdadeiro leilão de precários. Com este blog, a ideia é denunciar esta imposição da Edutec e da Câmara Municipal do Porto, mas também recolher testemunhos de tantas outras situações semelhantes por esse país fora.
Os Precários Inflexíveis saúdam esta iniciativa e apelam aos professores das AECs de todo o país que visitem este novo blog e nele partilhem a sua história. Este é, sem dúvida, mais um passo importante para ultrapassar o medo e se conhecer a verdadeira dimensão deste verdadeiro escândalo nacional.
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Muita Força para todos os profs AEC's!
A única coisa que posso dizer é que podem contar com muita gente de mangas arregaçadas do lado deles, e diremos novamente às CMs, às empresas exploradores e aos Ministérios da Educação e do Trabalho, “DESTA VEZ NÃO PASSARÃO!”
FORÇA!
Caros amigos,
Agradecemos imenso o vosso apoio e a visibilidade que nos estão dar.
Continuamos em luta.
Os Professores das Aec's
Toda a defesa justa e sensata dos legítimos direitos e deveres dos professores das ACEs é perfeitamente legítima. Mas não se esqueçam que a questão principal aqui é que, normalmente, as câmaras municipais apenas colocam a concurso 30 a 60% dos valores que recebem dos Min. Educação para ser aplicado nas AEC. Isto é, muitas delas, sem fazerem nada, retêm ilegitimamente 40 a 70% do valor, o qual irá servir para encher alguns buracos ou algumas barrigas… Depois as ditas empresas (algumas de vão de escada, é certo, criadas à pressa para o “negócio”, mas outras idóneas, reconhecidas pelo Min. Educação e em actividade há 10 ou 20 anos – muito antes das AECs) têm que fazer “omeletes sem ovos” e muitas vezes até endividam para manterem as AECs à tona de água. Algumas apenas aproveitam as AECs para se tornarem um pouco mais conhecidas, masmo sabendo a priori que o esforço, na maioria dos casos, não compensa o trabalho, a despesa e as dores de cabeça. Depois tem que se cortar em tudo. Em vez de se pagar 14 ou 15 Eur à hora aos docentes, por vezes apenas se pode pagar 10 ou 11. Mas quem dera a muitas gente neste país ganhar este dinheiro. Quem trabalha 40 horas por semana e ganha salário mínimo, ganha cerca de 3 (três) euros à hora. E muitos deles são licenciados!! Acreditem que os principais prejudicados são os ALUNOS, as crianças, que devido à retenção por muitas CM, à cabeça, de uma grande parte da verba atribuída pelo Estado às AEC, têm por vezes 1 livro para 5, ausência de materiais e equipamentos essenciais para as aulas e, ainda por cima, professores muitas vezes frustrados por queriam ganhar mais e ter mais regalias. E, como sabemos, o pior que uma criança pode ter é um professor frustrado e desanimado com a vida.
Aborde-se frontalmente o problema, resolvam-se as situações, sem medo de se chamar as coisas pelos nomes, mas vamos à raiz da árvore. O problema está a montante. A jusante vemos apenas as consequências. Lamento que não haja coragem política e social para se confrontarem certas situações. Não é à toa que os indicadores internacionais mostram Portugal na linha da frente da corrupção e do tráfico de influências. Até quando?
Felicidades para todos os PROFESSORES das AECS (e não monitores, termo usado por alguns sindicados de professores). As nossas crianças merecem o nosso melhor! (Paulo Pinto, docente e colaborador numa dessas empresas, umas das idóneas)