Quando a Ministra do Trabalho não comenta a taxa de desemprego onde é que chegámos?

A Ministra do Trabalho recusou-se este Sábado a comentar a taxa de desemprego de 10,9% calculada pelo Eurostat.

Para não comentar usou uma frase chamânica: “vamos ver como a Economia se comporta. Não quero comentar”. E continuou um chorrilho de frases mágicas, como se de um chefe tribal se tratasse: é preciso “ter esperança” e “trabalhar de forma mobilizada” para ultrapassar os momentos “mais difíceis”.

Tendo rematado as suas não-declarações acerca da taxa de desemprego com: “Obviamente que todos trabalhamos para que o emprego seja uma realidade, para que cada vez mais pessoas possam entrar no mercado de trabalho. E nesse aspecto temos políticas públicas muito importantes no terreno”.

Quando a Ministra do Trabalho não comenta a taxa de desemprego e prefere confiar na Economia – que é como quem diz: nos astros -, esse é o momento em que os/as desempregados/as e os/as precários/as sabem que o Governo está a navegar à vista.

Há um mês atrás, quando o Eurostat apresentou os dados do desemprego para Portugal em Abril – na altura 10,8% – Valter Lemos, secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, disse que o Gabinete de Estatísticas da UE se havia enganado e que teriam de meter o rabinho entre as pernas e rever em baixa os números do desemprego. Ora, um mês depois, não só o Eurostat não reviu a taxa de desemprego de Abril, como apresentou uma para Maio ainda maior que no mês anterior e quem meteu o rabinho entre as pernas foi Valter Lemos e Helena André.

Precisamos de políticas públicas de combate ao desemprego e à precariedade, e Helena André sabe disso, mas também sabe que as medidas recessivas que o Governo e o PSD aprovaram vão lançar mais gente para o desemprego e que sempre que fala de “promover a empregabilidade” está a falar de promover mais a precariedade.

Notícia Público aqui.
Imagem: wehavekaosinthegarden.blogspot.com

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