Receitas das empresas de trabalho temporário deverão subir

Os trabalhadores temporários são o exponente máximo da exploração laboral no país em que a lei do trabalho não é aplicada. Fruto do encerramento de inúmeras empresas que usam este expediente, estima-se, segundo a APESPE (do nosso amigo Vitalino “PS-ETT” Canas), que o número de trabalhadores colocados em 2009 seja menor.

No entanto, as receitas vão subir este ano, apesar de ter menos explorados. A conclusão é clara. Quando existe maior mão-de-obra disponível, e menos oferta de emprego (agravada pelo sub-emprego e ausência de aplicação da lei), o valor do trabalho baixa, logo aumenta a rentabilidade para as empresas que exploram o trabalho mais barato.

O presidente da APESPE diz que as receitas aumentam porque o trabalho é mais qualificado. Mas claro que ele pode dizer o que quiser. Aliás, em seguida, o senhor presidente da associação de empresas de exploração laboral entra em acordo com o PI, pois confirma que “Com os investidores e os empresários a demonstrarem algum regresso à confiança, os primeiros a serem despedidos, que foram os trabalhadores temporários, serão certamente agora os primeiros a serem contratados“. Certamente. Os precários são os mais frágeis, por isso são os primeiros a ser despedidos, e são os mais baratos e sem direitos por isso são os primeiros a serem contratados. De acordo.

O também presidente da Manpower, fecha com chave de ouro ao rejeitar associar o trabalho temporário à precariedade laboral, referindo que este tipo de vínculo tem claras vantagens, quer do lado das empresas, quer do lado dos trabalhadores, como a rapidez na colocação.

Do lado dos donos das empresas sabemos bem que há todas as vantagens que decorrem da exploração dos outros. Do lado dos trabalhadores é como dizer que o trabalho à jorna tem todas as vantagens. Vem a carrinha buscar todas as madrugadas uns quantos “afortunados” que se dirigem aos campos de trabalho.


Nós defendemos um modelo sustentado de sociedade e trabalho em que os trabalhadores não são números no enriquecimento dos patrões.

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