Recibos Verdes menos penalizados ou Empresas que "contratam" a recibos verdes menos penalizadas?
Há poucos dias (edição de 5a feira), a versão em papel do DN foi veículo para o engano das pessoas. Ao divulgar uma notícia com o título “Recibos Verdes menos penalizados pelo Governo” o jornal pretendia detalhar pormenores sobre o acordo de panelinhas entre PS e PSD para o orçamento de estado. O texto da notícia era bem diferente do título, porquê?
“O Governo, na actual proposta, considera como “entidades contratantes” apenas aquelas que concentram 80% ou mais do valor total dos recibos passados pelo trabalhador durante o ano em causa. A famosa contribuição de 5% a cargo destas entidades, prevista na proposta anterior do Código, passa, portanto, a estar dependente deste critério. No fundo, o argumento é que esta é a forma de detectar o indício da existência de uma falsa relação independente entre empregador e trabalhador – os falsos recibos verdes.”
“A contribuição de 5% por parte das entidades empregadoras é, tendo em conta as vantagens que resultam do abuso dos falsos recibos verdes, o assumir da vitória da impunidade perante o estado e a responsabilidade colectiva ou social. Como dissemos desde o primeiro momento, entendida como uma simples penalização, esta medida corresponde, na prática, à legalização da precariedade. No entanto, o mecanismo de verificação introduzido nesta proposta, apesar de suscitar dúvidas sobre a operacionalidade do critério e na sua implementação, representa um primeiro passo: o Governo, depois da luta dos movimentos de trabalhadores precários e das organizações de trabalhadores, vem agora finalmente reconhecer a existência da enorme fraude social que são as centenas de milhares de trabalhadores a falsos recibos verdes.“
Por alguma razão, os anúncios de emprego público, aparecem quase sempre no DN ou JN e não em outros jornais: não há coincidências.