Reportagem RTP: a pergunta 32 dos Censos 2011 e a ocultação dos falsos recibos verdes
O Instituto Nacional de Estatística insiste em defender a escandalosa formulação para a já famosa pergunta 32 dos Censos 2011, em que a maior operação estatística do país se prepara para ocultar a realidade de centenas de milhar de pessoas que trabalham amarradas aos falsos recibos verdes. Partilhamos aqui uma reportagem da RTP, em que se percebe a falta de convicção com que Alda de Caetano Carvalho, Presidente do INE, nos tenta convencer que os trabalhadores a recibos verdes “estatisticamente são trabalhadores por conta de outrem”. Tiago Gillot, dos Precários Inflexíveis, participa nesta reportagem afirmando a exigência da substituição imediata desta pergunta.
Alda de Caetano Carvalho adianta ainda que “os Censos não foram considerados a sede adequada” para conhecer o número de falsos recibos verdes no país. Estranha opção, nomeadamente tendo em conta que os dados recolhidos neste recenseamento da população são o instrumento mais relevante para a elaboração das políticas públicas que deveriam responder aos problemas e necessidades. Mantemos a exigência de uma nova pergunta 32, em substituição daquela que provocatoriamente obriga centenas de milhar de pessoas a mentir sobre as suas próprias dificuldades. Há tempo e meios para evitar uma fraude estatística da dimensão da maior fraude social do país, até porque está à vista que não é possível continuar a esconder os falsos recibos verdes atrás de um qualquer truque de ocasião.
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Eu não consigo concordar que esta pergunta “32” esteja mal equacionada. Por uma razão muito simples: se todos responderem que têm hierarquia, horário e trabalho fixo são, afinal, “dependentes”.
O cálculo depois é bastante simples: Basta a subtracção dos “recibos verdes” inscritos nas Finanças pelo número de “efectivamente independentes” do INE, temos IMEDIATAMENTE o número absoluto de “falsos verdes”…
O INE é independente do Governo, e é graças a ele que o Governo não pode “disparar” valores irrisórios sobre desemprego, precariedade, exclusão social, etc… Ainda é dos poucos institutos que não caíram nas garras dos tachos governamentais nem influências políticas… APROVEITEM PARA DIZER A VERDADE DO PAÍS, para que a verdade do país seja outra melhor daqui a uns anos!