Salários em atraso nas AECs em Lisboa
A situação nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs) continua a agravar-se. Um pouco por todo o país, os relatos indicam que o incumprimento da lei e o desrespeito total pelos direitos dos professores das AECs é a regra. Os falsos recibos verdes continuam a proliferar e repetem-se as situações de falhas no pagamento dos salários (não pagamento, atrasos, incumprimento do valor acordado, etc). Esta realidade chegou também à cidade de Lisboa, segundo um testemunho divulgado no blog dos professores das AECs da Grande Lisboa, que dá conta de salários em atraso em Telheiras (para aceder a este testemunho, carrega em “ler mais” ou lê no blog dos professores das AECs da Grande Lisboa).
O Ministério da Educação continua a optar por uma política de implementação das AECs que significa o sacrifício dos direitos elementares dos professores das AECs, dos interesses das crianças e da qualidade da Escola pública. Enquanto se gaba da “Escola a tempo inteiro”, a realidade das AECs é a falta de condições, a precariedade total, o improviso e até, por vezes, o desespero. As Câmaras Municipais, que têm esta nova competência, vêm-na como uma forma de obter financiamento que possa contrariar os tempos de austeridade – e já ameaçam acabar com as AECs quando o dinheiro faltar… Depois de muitos outros locais, sabemos agora que há salários em atraso também na cidade de Lisboa, que leva gente a ter de desistir do seu trabalho. Os Precários Inflexíveis sabem como é fundamental a resposta e organização dos professores das AECs, que apoiam desde o primeiro momento. A este propósito, chamamos a atenção para o panfleto que está a ser distribuído pelas escolas da Grande Lisboa, com informação importante sobre os direitos e o apelo à organização e mobilização para os conquistar.
“Comecei no que parecia ser o sonho de dar aulas de Inglês a crianças na escola de Telheiras. Tudo corria normalmente, para quem nunca tinha dado aulas. Contudo, o fim do mês chegava e não havia resposta por parte da entidade; os meses passaram até que depois de uma semana de “luta” íamos às aulas mas não as dávamos, apenas tomávamos conta das crianças. Conseguimos que nos pagassem em Novembro, metade de Setembro e Outubro. Mas, o acordo que havia sido falado (existência de contrato, etc) nunca apareceu, tal como os descontos na Segurança Social (valor que nos foi retirado da mensalidade paga). Estamos em Janeiro e dada à minha situação não pude mais comparecer nas aulas, pois já não tinha dinheiro para me deslocar. A situação continua, o contrato não existe e pagamento também não…“
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