Saúde 24 :: dia de luta
Atendimento na Linha Saúde 24 de Lisboa já foi reactivado
10.01.2009 – 15h37 Margarida Gomes
O atendimento da Linha de Saúde 24 de Lisboa já foi retomado. O “call center” de Lisboa esteve inactivo durante três horas, entre as 8h00 e as 11h00, o tempo que durou o protesto de um grupo de enfermeiros que hoje de manhã, que por volta das 7h30 se concentrou frente às instalações da Saúde 24, na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa. Na base do protesto está o despedimento recente de oito enfermeiros do atendimento por parte da administração da LCS- Linha de Cuidados de Saúde, que explora a linha.
Aqueles enfermeiros foram dispensados, alegadamente, por terem denunciado numa carta que escreveram, à ministra da Saúde, Ana Jorge, em Outubro passado, “os maus métodos de trabalho ali que são praticados e da falta de interesse por parte da direcção clínica em melhorar os serviço”.
Um enfermeiro supervisor que não aderiu ao boicote chamou a polícia ao local e interditou a rua durante algum tempo. Enquanto isso, à porta das instalações da empresa, os enfermeiros não escondiam a revolta que sentem pela forma como a administração os trata. Indignado, Lúcio Silva, um enfermeiro que participou no protesto, declarou que na base do afastamento dos colegas está o facto de terem denunciado a situação que se vive na Saúde 24. “Esta empresa tem um único objectivo que é ganhar dinheiro. O nosso trabalho e a qualidade dos cuidados fica ao nosso critério”, disse aquele profissional
Foi este aparato que o director-geral da Saúde, Francisco George, encontrou quando chegou às instalações da linha, na Avenida das Forças Armadas. Apanhado de surpresa, Francisco George elogiou “o trabalho exemplar dos enfermeiros”, reconheceu que o ambiente de trabalho se tem vindo a degradar e sublinhou que “é preciso ter em conta que estamos a lidar com uma empresa privada no contexto de uma parceria [público-privada], aliás, a primeira estabelecida pelo Estado neste contexto novo”.
DGS recebe enfermeiros na segunda-feira
Francisco George fez um apelo aos enfermeiros para se dirigirem aos seus postos de trabalho, comprometeu-se a recebê-los na segunda-feira nas instalações da DGS. O responsável anunciou ainda que vai chamar no mesmo dia às 12h00 a comissão de acompanhamento do contrato de exploração dos serviço do Ministério da Saúde, que integra varias entidades, e a própria administração da Caixa Geral de Depósitos, a que a LCS pertence. Na sequência deste apelo, os enfermeiros do atendimento dos turnos das 8h00, 9h00 e 10h00 acederam começar a trabalhar e a Linha voltou a funcionar normalmente.
Todavia, só aceitaram entrar acompanhados do enfermeiro Sérgio Gomes, da Direcção-Geral da Saúde, responsável pela Saúde 24. No interior das instalações estava Paulo Lopes, o director do serviço.
É provável que muitas das chamadas feitas para o “call center” de Lisboa tenham sido encaminhadas para a Linha Saúde 24 do Porto, mas ainda não há informações nem sobre quantas chamadas é que se perderam, nem sobre quantas foram transferidas para o Porto.
O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, adiantou ao PÚBLICO que o ministério já mandou fazer um relatório para ter uma ideia precisa do número de utentes que telefonaram para Lisboa e não foram atendidos e quantas chamadas é que o Porto recebeu. O PSD e o Bloco de Esquerda são os dois partidos que maior atenção têm dispensado a este caso, que tem pendente há dois meses, uma audição do director-geral de Saúde, no Parlamento.
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Aqueles enfermeiros foram dispensados, alegadamente, por terem denunciado numa carta que escreveram, à ministra da Saúde, Ana Jorge, em Outubro passado, “os maus métodos de trabalho ali que são praticados e da falta de interesse por parte da direcção clínica em melhorar os serviço”.
Um enfermeiro supervisor que não aderiu ao boicote chamou a polícia ao local e interditou a rua durante algum tempo. Enquanto isso, à porta das instalações da empresa, os enfermeiros não escondiam a revolta que sentem pela forma como a administração os trata. Indignado, Lúcio Silva, um enfermeiro que participou no protesto, declarou que na base do afastamento dos colegas está o facto de terem denunciado a situação que se vive na Saúde 24. “Esta empresa tem um único objectivo que é ganhar dinheiro. O nosso trabalho e a qualidade dos cuidados fica ao nosso critério”, disse aquele profissional
Foi este aparato que o director-geral da Saúde, Francisco George, encontrou quando chegou às instalações da linha, na Avenida das Forças Armadas. Apanhado de surpresa, Francisco George elogiou “o trabalho exemplar dos enfermeiros”, reconheceu que o ambiente de trabalho se tem vindo a degradar e sublinhou que “é preciso ter em conta que estamos a lidar com uma empresa privada no contexto de uma parceria [público-privada], aliás, a primeira estabelecida pelo Estado neste contexto novo”.
DGS recebe enfermeiros na segunda-feira
Francisco George fez um apelo aos enfermeiros para se dirigirem aos seus postos de trabalho, comprometeu-se a recebê-los na segunda-feira nas instalações da DGS. O responsável anunciou ainda que vai chamar no mesmo dia às 12h00 a comissão de acompanhamento do contrato de exploração dos serviço do Ministério da Saúde, que integra varias entidades, e a própria administração da Caixa Geral de Depósitos, a que a LCS pertence. Na sequência deste apelo, os enfermeiros do atendimento dos turnos das 8h00, 9h00 e 10h00 acederam começar a trabalhar e a Linha voltou a funcionar normalmente.
Todavia, só aceitaram entrar acompanhados do enfermeiro Sérgio Gomes, da Direcção-Geral da Saúde, responsável pela Saúde 24. No interior das instalações estava Paulo Lopes, o director do serviço.
É provável que muitas das chamadas feitas para o “call center” de Lisboa tenham sido encaminhadas para a Linha Saúde 24 do Porto, mas ainda não há informações nem sobre quantas chamadas é que se perderam, nem sobre quantas foram transferidas para o Porto.
O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, adiantou ao PÚBLICO que o ministério já mandou fazer um relatório para ter uma ideia precisa do número de utentes que telefonaram para Lisboa e não foram atendidos e quantas chamadas é que o Porto recebeu. O PSD e o Bloco de Esquerda são os dois partidos que maior atenção têm dispensado a este caso, que tem pendente há dois meses, uma audição do director-geral de Saúde, no Parlamento.