Se Helena André perguntar onde vai buscar o dinheiro para pagar os Subsídios de Desemprego, podemos responder: à Solvey!
Sabe-se hoje que, a Solvey – empresa da área de produtos químicos e farmacéuticos e mais uma das multinacionais ajudadas pelos governos europeus – vai mandar para o desemprego 800 trabalhadores. Ainda não se sabe quantos serão em Portugal.
Mas a história bem contada é a aquela em que José Sócrates, usando da sua habilidade mentirosa para a propaganda, disse em 2005, que “o País pode olhar para este exemplo orgulhando-se de si próprio.” Porque é a prova da “confiança na economia portuguesa e na formação profissional dos portugueses.”.
Naquele momento, José Sócrates assinava um protocolo entre o Estado e a Multinacional Solvey em que enterrava no centro da Solvay em Portugal 1,7 milhões de euros dos contribuintes, num protocolo de investimento em que o IEFP pagava quase o dobro das despesas da empresa a que se destinavam os lucros (para um total de investimento de 2,7 milhões de euros, Solvay pagava 1 milhão).
Assim, gastou (e gasta) o Estado milhões de Euros com a assinatura de Sócrates, Passos Coelho e outros parecidos, em investimento público que não gera emprego estruturante nem de desenvolvimento e sem qualquer contrapartida. Trata-se da usual renda entregue a patrões de empresas, pequenas ou grandes, que exploram os trabalhadores e trabalhadoras apenas enquanto der lucro.
A Solvey, como as outras empresas, é daquelas que levam na mensagem a Inovação, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável, Conhecimento, Recursos Humanos Qualificados, Excelência. Mas a realidade da (ir)responsabilidade social da Solvey e do Governo Português, é que nem um nem outro sabe ou divulgam quantos estão despedidos em Portugal.
Por isso, quando Helena André, José Sócrates ou Passos Coelho nos dizem que os portugueses vivem acima das possibilidades ou que o Estado e os contribuintes não podem dar tudo a toda a gente, nós respondemos “Claro que não!”. O Estado tem de se organizar para fazer investimento que obrigue a contrapartidas de manutenção de emprego e de inovação. Investir no sector público de educação, saúde e produção. Tem também o Estado de deixar de investir dinheiro público em traficantes de trabalho.
Ver:
Solvay vai criar 300 postos de trabalho (2005)
Mais 800 trabalhadores no desemprego. Portugal vai ser afectado (2010)