Segurança Social lança o seu "rigor" na caça aos desfavorecidos

“Justiça”, “Estado Social” … “Rigor”. Palavras na boca de Pedro Marques.
A Segurança Social começa a partir de hoje a tratar como suspeitos de fraude 2 milhões de pessoas que beneficiam de prestações sociais. Na sua esmagadora maioria são pobres, desempregados, ex-mal empregados, ex-precários ou velhos.
Nem os serviços de Segurança Social conseguem activar este plano brutal do governo, por isso, os 2 milhões de pessoas são obrigadas a prestar provas de rendimentos através da internet, quando muitas vezes nem sequer têm computador. Quem não o fizer, arrisca-se a ficar sem prestações sociais de miséria durante 2 anos. O problema é que apesar de tudo, esta miséria, é a sobrevivência de muitos. Estamos portanto na linha zero da democracia e solidariedade social, com a assinatura de Sócrates e Passos Coelho.

Pedro Marques, na sua vaidade de quem assume a responsabilidade pela injustiça, vai falando e mentido. O Secretário de Estado afirma que este pacote “é um instrumento importantíssimo de combate à precariedade, reforço da protecção social e combate à fraude na segurança social“. Assim se voltam as pessoas umas contra outras, ainda mais, dizendo que o “rigor” se aplica só a prestações sociais não contributivas, ou seja, a pessoas que recebem prestações que não são fruto do trabalho. É mentira. Pedro Marques, é mentiroso e ele bem saberá.  O Subsídio Social de Desemprego também está incluído neste pacote de austeridade e rigor, e depende exclusivamente do trabalho, ou seja, não é nenhuma parte (devida) de solidariedade social, é resultado do trabalho e descontos do trabalhador que a Segurança Social não reconhece. Por palavras simples, é um roubo.

Pedro Marques, com a função de ser “rigoroso” com quem só conhece dificuldades, não hesita em puxar o lustro aos seus botões sobre o “esforço muito grande” que é “essencial para garantir o esforço de rigor na atribuição das prestações. No entanto o governo não quantifica quanto poupa, e muito menos arrisca em comparar ao desperdício de um governo que perdoa a banca e tem medo da informação fiscal, pelo menos, de alguns.

Com este pacote de “rigor” Sócrates e Helena André querem que os pobres comprovem  que não têm um património mobiliário de 100.000€ anual. Teria piada, se não servisse apenas para roubar mais uns tostões à esmagadora maioria das pessoas que recebem prestações sociais. Este é o “rigor” que esquece mil milhões de euros por um submarino para fazer a guerra ou os 4 milhões de Euros oferecidos à Auchan para que esta faça de conta que faz o que o Estado deveria fazer e não faz.
Mas se Pedro Marques da Segurança Social foi o escolhido para ser o homem que não se importa de sujar as suas próprias mãos com as dificuldades dos outros, é ele próprio quem melhor classifica a mentira cobarde que nos dirige. Ele esclarece qualquer confusão que exista sobre diferenças de concepção de “rigor”, “Estado Social” ou “justiça” entre PS, PSD e CDS. Pedro Marques afirma convicto que Quem fala sobre esse rigor mas não o praticou quando esteve no Governo foi o CDS. Nós (PS), desde que chegámos ao Governo, mais do que duplicámos a fiscalização do rendimento social de inserção em relação a esse Governo do PSD/CDS.
A competição está lançada. PS, PSD e CDS procuram hoje disputar o pódio da injustiça social e do “rigor”.  Sócrates, Pedro Marques e Helena André andam aí. Passos Coelho já mostrou que assina por baixo. Paulo Portas está à espera. Mas eles dormem bem, boas casas, bons carros, boas férias, bons empregos, bons salários… nisso, são rigorosos.
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