Semana de greves nos transportes :: Trabalhadores mobilizam-se contra a austeridade
2a. feira :: O Metropolitano entra em greve. A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes (Fectrans) informa que a adesão à greve ronda os 100 por cento, com todos os serviços do Metro de Lisboa paralisados entre as 6h30 e as 11h30. Os trabalhadores movem-se contra os cortes salariais devidos à austeridade selectiva imposta pelo Governo.
4a. feira :: Carris, Transtejo e STCP entram em greve. O sindicato da Carris aponta para uma adesão na ordem dos 40%. A paragem realizou-se entre as 10h00 e as 14h00. Os trabalhadores, reunidos em plenários, contestam os cortes salariais definidos pelo Governo. Sobre as habituais diferenças de números de adesão à greve, Manuel Leal, do Sindicato afirma: “Sabemos que o conselho de administração [da Carris] dá um número muito inferior, mas já estamos habituados“, referindo que a diferença de valores assenta na fórmula de cálculo. “Enquanto o sindicato considera os trabalhadores que deviam estar a trabalhar neste período de tempo e aqueles que recolheram, o conselho de administração da Carris considera o universo de trabalhadores“. Ainda sobre os plenários, diz que os trabalhadores “participaram de forma muito activa“, sendo aprovada uma resolução em que as estruturas sindicais são mandatadas para dar continuidade aos protestos “com novas formas de luta” que não passarão pela greve mas sim por manifestações e acções de rua.
A greve dos trabalhadores da Transtejo paralisou também as ligações fluviais entre as margens do Tejo entre as 06h00 e as 09h30. O Sindicato dos Transportes e Comunicações registou uma adesão “entre 92 e 98 por cento” ao primeiro período de greve dos trabalhadores da Transtejo. Em declarações à agência Lusa, José Augusto Oliveira, porta-voz do Sindicato dos Transportes e Comunicações, destacou a “compreensão dos utentes”, “para além da adesão dos trabalhadores”. “Embora estando a ser prejudicados, os utentes mostraram-se solidários [com os trabalhadores e] com uma luta que também é deles”, afirmou. Acrescentou ainda que os trabalhadores “estão a lutar também pela defesa do transporte público”. Na Transtejo houve três horas de greve no início de cada turno em protesto contra os cortes salariais.
Na STCP a adesão à greve foi de 85% segundo o Sindicato.
5a. feira :: CTT, CP, CP Carga, REFER e EMEF entram em greve. Forte adesão do sector ferroviário leva a que a actividade fosse «fortemente perturbada» segundo a Fectrans. A CP registou 90 por cento de adesão e a EMEF perto de 100 por cento. A Federação Sindical dos Transportes e Comunicações (Fectrans) revela em nota que a adesão na REFER foi «um pouco inferior» à da CP e da EMER mas teve como consequência «a paralisação de todo o transporte de mercadorias e de passageiros entre as 22:00 de ontem e as 05:00 de hoje». A partir dessa hora, a CP «procurou realizar circulações a que designava de serviços mínimos» mas, diz a FECTRANS, «não conseguiu esses objetivos» pois os comboios em funcionamento nesse período «ficaram muito aquém dos anunciados».
Nos CTT, os números da adesão à greve parcial no primeiro dia foram de 50%. Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e das Telecomunicações (SNTCT), Vítor Narciso, nas cidades de Lisboa e do Porto a adesão rondou os 50% no tratamento e distribuição. “É uma greve parcial, por isso as estações estão abertas e o serviço urgente é distribuído, pode é haver atrasos no correio normal“, disse, manifestando-se “satisfeito com a resposta dada” pelos trabalhadores.
6a feira :: CTT continuam a greve parcial e a eles se juntam a Soflusa (barco Barreiro/Lisboa – 2h por turno), Rodoviária de Entre Douro e Minho (Braga) e Rodoviária da Beira Interior (Coimbra). Os trabalhadores das empresas privadas de transporte de passageiros aderiram à paralisação e contestam o congelamento dos salários e o bloqueio da contratação colectiva.