Será o desenvolvimento tecnológico um fator negativo para a criação de emprego e distribuição de riqueza no futuro?
Recentemente levantou-se o debate em Portugal sobre como será o trabalho no futuro e sobre os impactos do desenvolvimento e aplicação de tecnologias. A RTP promoveu um interessante debate para o qual convidou vários especialistas sobre trabalho e tecnologia (podes assistir aqui) e o Jornal Público entrevistou o ministro do trabalho, Vieira da Silva (aqui).
Segundo um estudo recente, na Europa, existem 62 milhões de postos de trabalho que vão ser automatizados enquanto a criação de emprego consequente da aplicação e desenvolvimento tecnológico é muitíssimo mais baixa.
Neste debate, onde há muitas dúvidas sobre a concretização dos cenários futuros e sobre as melhores respostas a dar pelos Governos, sobressai a ideia de que a manutenção e o desenvolvimento dos Estados Sociais exige duas medidas indispensáveis:
1. Aumentar as atuais fontes de financiamento e suporte do Estados Sociais, nomeadamente as formas de obtenção de rendimento que hoje são pouco ou mesmo nada tributadas (ex: lucros a banca);
2. Promover a redução da jornada de trabalho, possibilitando desta forma uma melhor distribuição das necessidades de trabalho das sociedades pelos indivíduos disponíveis, garantindo também uma mais eficiente distribuição de rendimentos.
Nesta perspectiva, o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias só pode ser visto de forma positiva, possibilitando uma maior libertação das populações para se dedicarem ao lazer e à criação intelectual e coletiva de forma independente das relações laborais e de mercado.
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