Sindicatos da polícia juntos em manifestação pela primeira vez

Agora o governo aproveita para “espiar pecados” nos imigrantes, restringindo quotas de legalização, e dessa forma, corresponsabiliza essas pessoas pelas dificuldades de emprego e de vida de todo um país.
Sabemos o que é um delito comum ou um caso de polícia, mas também sabemos bem o que é a chantagem ou agressão diária, aliás, essa que conhecemos tão bem. E nunca aparece nenhum polícia para prender o patrão que abusa, que rouba, que chantageia e se entranha na nossa vida e nas nossas escolhas, sempre para limitar, sempre para tirar, sempre para dificultar. Seja o patrão o dono das máquinas ou computadores, seja ele a maior patente do exército ou da polícia, seja ele o privado ou o estado.

Sabemos que a polícia se organiza para o delito comum, para o ladrão de automóveis, de casas, de telemóveis, de 20 ou 30 euros. Sabemos também que a justiça, e a polícia, para os que nos roubam sem armas, não está organizada e nem tem meios, não é mesmo esse o objectivo. Aliás, sabemos que a inspecção do trabalho, pela ACT, ou o funcionamento dos tribunais, são hoje apenas uma miragem. A precariedade está aliás dentro de portas dessas instituições. O roubo é feito lá dentro, desde que ninguém veja… ou talvez até possa ver, dado o estado de coisas, dado o descaramento e o poder que passou para o lado dos abusadores.

Numa altura em que Sócrates atira pedras às pessoas dos bairros mais pobres, onde a vida é mais difícil, e onde, como é lógico, mais facilmente se adere ao delito comum, estamos também a ser atirados uns contra outros. Aproveitam-se os media para direccionar a raiva de tanta gente para cima dos grupos mais frágeis. Aproveita-se para dividir quem se quer organizar. Aliás, o status quo de poder sabe que tem de fazer alguma coisa, já começam a sentir um ou outro calafrio… “ai a situação social, temos de ter cuidado” vão dizendo alguns.

Ainda bem que pela primeira vez, desde há 20 anos, as forças de polícia se juntam, se unem, todos os sindicatos pela luta por melhores condições de vida e de trabalho. Precisamos de forças de polícia com direitos, como todos e todas as trabalhadoras. Precisamos que tenham os seus espaços de liberdade, como queremos para qualquer um. Precisamos de cidadãos e cidadãs cada vez mais atentos, menos agressivos contra quem está no mesmo barco. Nem balas para a polícia nem contra a polícia.

Queremos todos o que temos direito, e sabemos que quem nos rouba a sério não está, nem nos bairros, nem a trabalhar na polícia. Precisamos, todos os que vivemos do trabalho, de nos entender.


rUImAIA

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