Sobe, sobe, desemprego, sobe…
Depois da Espanha, com 19,5%, da Irlanda, com 13,3%, Portugal recebe o bronze da taxa de desemprego da Zona Euro.
Há um ano, em Dezembro de 2008, a taxa de desemprego em Portugal tinha atingido os preocupantes 9,8%, agora, com os bombásticos 10,4%, percebemos que o Governo nada conseguiu fazer para parar o desemprego.
E até o jornal Público assume: “Para se ter uma noção mais exacta do fenómeno haveria também que contar com fenómenos como trabalho precário, tipo biscates, e com os desencorajados que saem das estatísticas, sobre os quais estas estatísticas não trazem informação.“
E a pergunta impõe-se: há forma de parar este ciclo de despedimentos? Parece-nos que sim.
Por um lado é sabido que muitas empresas continuam a usar o argumento da crise económica para fazer “reestruturações”. Ou seja, sugaram o que podiam dos ordenados dos seus trabalhadores e, quando a crise bate à porta, livram-se deles, precários sempre primeiro, como se não tivessem o dever de retribuir o esforço que essas pessoas realizaram durante anos.
Por outro lado o Governo deveria apostar no investimento público de forma a criar emprego. No entanto, e apesar das sensacionalistas declarações de Sócrates e Teixeira dos Santos acerca de grandes obras públicas, o que é facto é que no último Orçamento de Estado a rubrica investimento volta a cair.
Além disto, é também vital apoiar todos aqueles que hoje já estão desempregados. Já é certo que a iniciativa Emprego 2009 falhou e a versão recauchutada para 2010 não parece ir dar resultado, mas estes nomes pomposos saídos das cabeças dos marketers do Governo contrastam com a realidade: entre 2001 e 2005 o Estado gastava 404€/mês por desempregado, mas este número foi encolhido para 313€/mês entre 2006 e 2009.