Sobre o Provedor das Empresas de Trabalho Temporário
Vitalino Canas é deputado do PS. E como deputado do PS fez, quando foi discutida a lei do trabalho temporário, uma declaração de voto: “é com inquietação que constato que, em aparente contraciclo, o novo regime de trabalho temporário é mais restritivo do que aquele que o PS apresentou inicialmente. (…) É o caso da responsabilidade do utilizador por dinheiros devidos ao trabalhador quando a ETT não lhe paga. Que utilizador quer correr esse risco?”. E criticava a limitação dos contratos de trabalho temporário a um máximo de dois anos quando no projecto inicial do PS o prazo era de três anos
Vitalino Canas é, desde 2007, um obscuro Provedor do Trabalhador Temporário. E quem lhe paga? A Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego (ou seja, a associação das empresas de Trabalho Temporário). Este ano resolveu dar a cara de forma mais desabrida por esta nobre causa.
Vitalino Canas é porta-voz de um Partido que diz que é socialista. Fala para a comunicação social, umas vezes em nome dos socialistas, outras em nome de empresas de trabalho temporário.
Vitalino Canas é deputado da Nação. Faz declarações de voto em defesa das mesmas empresas que lhe pagam. E em em nada disto vê Vitalino nenhuma incompatibilidade. Nem política (a de se dizer socialista e representar empresas que têm como única função sugar parte do salário de quem trabalha quase à jorna), nem ética (a de fazer declarações de voto no Parlamento em defesa de quem lhe paga), nem de imagem (a de ser uns dias porta-voz do PS e outros das ditas empresas).”
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escreve Daniel Oliveira, no blogue Arrastão.