Teleperformance cria mais um Centro de Precariedade

Foi há um ano que a Teleperformance anunciou a abertura do seu sexto contact center, localizado naquela que é agora considerada uma zona de negócios privilegiada: Parque das Nações. A abertura deste novo centro estava associada à necessidade de alargar a prestação de serviços de outsourcing, ramo de especialidade daquela multinacional. Com o novo centro de contact center a Teleperformance anunciou a criação de 1400 postos de trabalho, como se realmente estivesse a gerar trabalho e a contribuir para o desenvolvimento do país e da sociedade portuguesa.

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O que se passa é que Portugal continua a ser apresentado como paraíso laboral do outsourcing, em especial dos serviços de Contact Center. Muito graças a políticas de desenvolvimento económico que apenas beneficiam as empresas multinacionais e fomentam a desvalorização do trabalho. Numa Europa desigual, Portugal reúne as condições ideais para que as multinacionais tenham todo o interesse em aqui investir e transferir os seus serviços. Domina a lógica da competitividade, como lhe chamam: as multinacionais exportam os seus serviços para onde lhes seja mais conveniente, isto é, para onde seja mais interessante ao nível de contenção de custos e optimização de lucros. Por isto, recorrem a empresas como a Teleperformance, “expert” em vender outsourcing barato no mercado internacional. A juntar a esta capacidade de vender serviços a baixo custo, eis que surge Portugal: o El Dourado do outsourcing, donde se destaca o serviço de Contact Center.

Tendo como principal objectivo a captação de clientes dos mercados europeu e americano que queiram instalar­-se no Velho Continente (com Portugal a preço de saldos!), é com um infeliz entusiasmo que o CEO da Teleperformance anuncia um ano depois e novamente ­ mais 1400 postos de trabalho precários. Mais um novo “centro de excelência” de serviços de outsourcing que vai continuar a patrocinar vínculos laborais precários, através do recurso ao trabalho temporário, contratações a prazo e baixos salários.

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