Testemunho: Egor pressiona empregados a sair para não pagar compensação

Publicamos de seguida um testemunho que nos chegou por e-mail. Esta denúncia é sobre uma situação de falta de pagamentos de indemnização aos trabalhadores da Sonaecom, contratados através da empresa de trabalho temporário EGOR. O abuso por parte das ETT é sistemático e quem lucra com este negócio são as empresas que apesar de atingirem lucros enormes mantêm os seus trabalhadores em condições precárias de subcontratação. Os movimentos de precários têm uma proposta concreta sobre esta questão, a Lei Contra a Precariedade. Estarão todos a favor? 
“Vários funcionários de empresas de trabalho temporário a trabalhar na Sonaecom, para cima de 50 pessoas, vão perder o seu emprego, visto que a empresa apesar dos lucros record do ano passado, resolveu mudar alguns dos seus departamentos para o Porto e Setúbal após concurso para ver quem ficaria com os departamentos.
Enquanto que a Randstad/Select está a pagar aos seus funcionários, ou pelo menos indicou que pretende pagar, os 100% da indemnização a que têm direito pela rescisão/caducidade do contrato, a Egor não o faz.
A maior parte dos funcionários está a receber propostas das empresas que vão trabalhar com a Sonaecom para serem transferidos ou para os locais em questão, Porto e Setúbal, ou para se manterem em Lisboa noutro local, garantindo o emprego com novas condições e sem a continuidade que tinham, logo teriam de se desvincular da empresa anterior.”



“Acontece que há pessoas que possuem bastante tempo de casa, logo caso a Egor os despeça terá de pagar a devida compensação. No entanto os empregados andam a ser pressionados a aceitar a proposta da outra empresa, querendo esta (Egor) que rescindam com eles para não receberem nenhuma compensação. As ameaças da Egor velam-se por dizerem que não possuem lugar para realocar todos os funcionários e que alguns terão de ser despedidos, mas em reuniões com cada uma das pessoas é-lhes indicado que como não querem pagar a compensação, as irão por noutros locais menos agradáveis, como vendas, apoio a cliente, etc.

Ou seja estão a vender aos funcionários que possuem, de forma a aceitarem as propostas da Contacto ou Teleperformance, rescindindo o trabalhador perdendo assim o direito à compensação. Como a grande maioria se recusou, a Egor propõe agora 50% do valor de indemnização caso o trabalhador aceite rescindir por mútuo acordo. 

A Egor pressiona os trabalhadores, não lhes quer pagar as compensações devidas e ameaça que quem não aceitar os irá por nos piores sitios possíveis de forma a que sejam os próprios a rescindir com a empresa. De referir que a Egor, tal como todas as empresas de trabalho temporário, recebem os valores suficientes para estas rescisões. Enquanto que desta vez a Randstad/Select parece estar a ter uma atitude exemplar, a empresa Egor está a ter uma péssima actuação ao tentar forçar que as pessoas se vão embora sem lhes querer pagar o que deve.”

E é assim mais um dia de um, ou neste caso mais de 50, trabalhadores precários.

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