Testemunho enviado ao PI por e-mail

Partilhamos aqui mais um testemunho que nos chegou. É a voz dum engenheiro do ambiente, sobre o maravilhoso mundo dos estágios profissionais:

«Fugi ao estágio curricular no meu curso pois trabalharia de graça e, muito provavelmente, a fazer algo pouco a ver com a minha área. Comecei então com um estágio na EDP em Lisboa que durou 6 meses no final do qual me disseram “até gostámos do teu trabalho e gostávamos que ficasses, mas…”,mas na EDP funciona assim.

Depois de 3 meses de desemprego consegui outro estágio, noutra empresa mas fora de Lisboa, onde vivia, a cerca de 200 km de distância. Desta vez calhou-me um estágio profissional, isto é, um estágio patrocinado pelo Estado. O problema é que agora estes estágios já não me dão subsídio de deslocação. Já não davam subsídio de desemprego, nem 13º mês, nem férias. A empresa se quiser fica comigo lá mas para quê? A seguir entrará outro estagiário com a ajuda do Estado. «Para ganhar currículo», dizem-me “benevolentemente”. Não importa se fico deslocado, se ganho menos, se tenho menos direitos, se gasto mais para poder morar na minha nova terra.

Sinto-me como que um Refugiado do Desemprego ou algo assim parecido. Como quem foge à guerra, à fome ou à calamidade ambiental. Pois seria isto ou o desemprego. Era essa a minha ameaça.»

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