Testemunho: Segurança Social obriga desempregados a trabalhar de graça nos seus serviços

“Os serviços da Segurança Social estão a “recrutar” às dezenas desempregados que estejam a receber subsídio de desemprego por períodos de 12 meses para funções de introdução de dados nos computadores. Até parece uma boa iniciativa, não seja o facto de essas pessoas estarem a ser recrutadas à “força”, ou seja, não podem recusar e não tem qualquer tipo de contrato. Apenas continuam a receber o subsídio de desemprego, alguns deles abaixo dos 300 euros/mês. O que é escandaloso aqui é que o Estado está a usar mão-de-obra barata, em alguns casos a pagar 1/3 dos custos de um funcionário “normal”. Ou seja, por 1/3 dos custos de um funcionário eles estão a escravizar os desempregados. Estão a usar pessoal algumas vezes bastante qualificado. Isto é inadmissivel e deve ser denunciado.

ssareeiro
Imagem: SicNotícias

É a exploração total e segundo a carta que os convocados estão a receber ao abrigo do decreto-lei nº72/2010 alinea b), do artigo 41º, que diz: “durante o período de concessão das prestações de desemprego constitui dever dos beneficiários aceitar trabalho socialmente necessário”. Está-se mesmo a ver que introdução de dados no computador é um “…trabalho socialmente necessário”.

Penso que é facíl de entender o esquema que está aqui montado. Como estão a despedir funcionários e não querem contratar mais, estão a usar mão-de-obra barata, abaixo do valor humanamente justo, para fazer o trabalho de funcionários que ganhavam o dobro ou mais.

Eu assisti à entrevista na Segurança Social, em que estão 3 pessoas a fazer supostas entrevistas à “carne-para-canhão”, durante uns 2-3 minutos. Parecem um grupo de militares no tempo em que o serviço militar era obrigatório. Quando terminam os grupos de 12 meses, eles vão recrutando mais escravos. Se a algum entretanto no período de 12 meses terminar o subsidio de desemprego, são logo “despedidos”. Mais: este é um trabalho das 9h às 17h todos os dias, sem direito a férias ou a qualquer subsidio.

Uma das situações caricatas e ao mesmo tempo triste que assisti foi o facto de ter sido convocado para o trabalho de introdução de dados no computador um rapaz sem braços.
Isto tem que ser DENUNCIADO!
Isto tem que ser PARADO!
Este “estado”, estes “governantes” tem que ser PARADOS!
ESTAMOS A VIVER UMA ANARQUIA LEGALIZADA E SUPOSTAMENTE JUSTA E DEMOCRÁTICA!
TEMOS QUE ACABAR COM ISTO!”

V.

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