Tobis: 53 postos de trabalho em perigo
No mês de Dezembro passado, os profissionais da Tobis, encetaram um protesto em frente à residência oficial do Primeiro-Ministro que depois teve seguimento em frente à Assembleia da República. Protestavam contra o possível encerramento daquela produtora, que conta com uma participação maioritária do Estado, e contra o facto de não terem recebido ainda os salários de Novembro e Dezembro e o subsídio de Natal. Hoje ficamos a saber que foi desbloqueado o dinheiro para que os trabalhadores recebessem o seu dinheiro, mas a preocupação continua pois o futuro da produtora não está garantido.
Segundo declarações de António Caetano, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e do Audiovisual (SINTTAV), na próxima assembleia da produtora “agendada para dia 6 de Janeiro tem três pontos na ordem de trabalhos, sendo um deles o da dissolução da empresa e outro o da eleição de uma comissão liquidatária”. Confirmam-se assim as preocupações de quem nela trabalha, já que “a ordem de trabalhos é para dissolver a empresa se a venda da Tobis não se concretizar”, afirma o sindicalista do SINTTAV.
José Pedro Ribeiro, director do Instituto do Cinema e do Audiovisual, tinha afirmado em Junho de 2010, no Parlamento que o Estado queria privatizar a sua participação na empresa, mas também afirmou que a empresa continuava a ser viável.
A Tobis é uma produtora com história no panorama do audiovisual português, ao longo dos seus 80 anos produziu algumas das obras mais emblemáticas do cinema e da televisão nacionais e corre agora o risco de fechar portas porque não se modernizou como deveria e foi perdendo quota de mercado aquando da passagem do uso de película para o digital. Também chegou a esta situação por muitos produtores de cinema não pagarem a tempo e horas pelos serviços que a Tobis lhes prestou.
Assim, esperemos que na assembleia de 6 de Janeiro seja encontrada uma solução para que a Tobis e o património que detém não desapareçam e para que os seus 53 trabalhadores possam continuar a manter o seu posto de trabalho. De nós, apenas uma palavra final para eles por, mais uma vez, mostrarem aos profissionais de todas as áreas que a solução para lutar contra o estado actual de coisas é a organização e união.
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