Trabalhador-Estudante


Ter o estatuto de trabalhador-Estudante é supostamente uma grande ajuda para alguém que trabalha e quer estudar ao mesmo tempo. No entanto, as leis não são cumpridas e a chantagem emocional por parte dos empregadores é demasiado grande para sentir essas facilidades.

Por um lado as faculdades não podem chumbar ninguém por faltas que seja trabalhador-estudante, mas avisam, logo na apresentação que, quem faltar x vezes pode contar com o exame final pois não será considerada a avaliação contínua. Assumem saber ser proibido, mas como todas fazem, é aceite.

Por outro lado, o trabalhador, apesar de poder tirar 2 dias por cada momento de avaliação, com o máximo de 4 por cadeira, para poder preparar-se, sente o seu emprego ameaçado se o fizer. Com o actual sistema de Bolonha, fazer um mestrado significa uma menor carga horária de aulas e supõe-se que o estudante trabalhe muito em casa. Com a quantidade de trabalhos e exames que os professores passam, seria imprescindível que o estudante, na sua qualidade de trabalhador, pudesse realmente usufruir dos dias de despensa a que tem direito para a faculdade. Contudo, apesar de ser um direito, mesmo que o chefe nada diga, o trabalhador sente que se o fizer o seu contrato não será renovado ou simplesmente vai logo para a rua se estiver a recibos verdes…

É um direito mas o medo de perder os empregos é tão grande que poucas são as pessoas que têm a coragem ou a colaboração do local de trabalho para usufruir dele. Chamo a atenção que normalmente tratam-se de situações em que o trabalhador investe com o seu dinheiro na sua formação e tornar-se-á uma mais-valia para a empresa onde trabalha. Mas claro, eles querem tudo! Querem que trabalhemos 10 ou 12 horas por dia, nada de tirar dias para estudar, que paguemos a nossa formação, que fiquemos mais qualificados e a compensação? A compensação é a renovação do contrato (se existir)! E já é fantástico, porque o desemprego não pára de aumentar, por isso come e cala!

Comer, talvez, porque por enquanto tem mesmo de ser, agora calar não me calo!

Leonor

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