Trabalhadores afastados em despedimentos colectivos aumentou cerca de 30 por cento em 2008

“O número de trabalhadores afastados em processos de despedimento colectivo aumentou, nos primeiros dez meses do ano, cerca de 30 por cento quando comparados com os números de 2007. Os dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho revelam que o peso do número de trabalhadores abrangidos está a crescer significativamente.

Esta evolução prende-se com a alteração do regime legal e, possivelmente, com o início da recessão económica. Até 2006, as empresas preferiam evitar o envolvimento do Ministério do Trabalho nos processos de despedimento e o mau nome da praça que implicava um despedimento colectivo. Os “despedimentos colectivos” eram feitos por mútuo acordo com os trabalhadores e a Segurança Social suportava o custo dos subsídios de desemprego, que se acresciam às indemnizações pagas aos trabalhadores, apaziguando o custo social do afastamento dos trabalhadores.

Mas em 2006, o Governo passou a limitar o número de acordos de rescisão amigável que dessem direito a subsídio de desemprego – por considerar que a Segurança Social estava a financiar parte do custo social dos despedimentos. Desde então, cresceu o número de despedimentos colectivos.

Até Outubro de 2008, por regiões, o Norte foi a região mais afectada, tal como em 2007, com 87 empresas a comunicar a intenção de dispensar funcionários, por despedimento colectivo, num total de 1.585 trabalhadores, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (724), do Centro (649), Algarve (46) e Alentejo (24).

Por tipo de empresas, foram as microempresas que geraram a maioria dos processos de despedimento (76 por cento do número de processos). Mas foram as médias e as grandes empresas que criaram mais desemprego – respectivamente 973 e 1014 trabalhadores, dos 2979 trabalhadores.”

Fonte: Público
João Ramos de Almeida

Como diria o Ministro do Trabalho, Vieira da Silva, “não é difícil os despedimentos em Portugal, porque se fosse difícil não haveria o nível de desemprego que existe”. A pergunta que fica no ar é: então, porque motivo aprovou uma revisão do Código do Trabalho bastante elogiada pelos patrões, que inclusivamente gabaram o ministro de fazer melhor do que um governo de direita?

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