Trabalho desumano na China
Notícia do DN que as as condições de trabalho nas fábricas chinesas do sector da eletrónica que produzem para as grandes multinacionais são “desumanas”, refere um relatório da organização de defesa dos direitos humanos China Labor Watch.
Em nove das dez fábricas analisadas por aquela organização não governamental, “os operários não ganham um salário que lhes permita cumprir apenas as horas de trabalho normais, sendo forçados a cumprir um elevado número de horas extra” e “nenhuma fábrica cumpre estritamente a legislação de trabalho da China”. Os operários cumprem um número excessivo de horas extraordinárias, trabalhando muitas vezes até à exaustão, ou seja, trabalham até não poder mais.
“Enquanto as empresas com marcas internacionais e os produtores chineses procuram reduzir os custos de compras e produção ao nível mais baixo possível, a segurança e o bem-estar dos operários chineses são sacrificados”, conclui a organização não governamental.
A grande competividade da economia da China baseia-se assim em mão de obra escrava, e acusam os restantes países em crise, como o nosso, de não sermos competitivos porque ainda não somos suficientemente escravos. A questão deve ser: queremos ser escravos de uma economia supostamente competitiva, da qual nada beneficiamos ou queremos um outro tipo de economia, que respeite os direitos humanos e que sirva as pessoas?
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