Troika fecha a Universidade de Atenas
Os exemplos mais acabados do que significa a austeridade da troika, a austeridade de Passos Coelho e de Paulo Portas, a austeridade de Rajoy em Madrid, de Letta em Itália e de Samaras na Grécia chegam-nos todos os dias. Todos os dias temos a confirmação sobre aquilo que vimos dizendo: a austeridade vai destruir os povos do Sul da Europa. A Universidade de Atenas, aberta de 1837, fechou hoje portas, incapaz de funcionar devido aos cortes que o governo e a troika lhe impuseram. A Universidade Politécnica de Atenas também fechou.
Barbárie. A austeridade da troika e dos seus governos deseja nada mais que a barbárie para os povos da Europa. Competitividade? Dívida? Não. A troika declarou guerra aos povos do Sul da Europa. Aliás, comporta-se como se tivesse feito uma guerra contra os povos do Sul da Europa, como se tivesse ganho e agora lhes impusesse uma submissão total, um Tratado de Versalhes, a exigência do desmantelamento do Estado, do desmantelamento da sociedade. Hoje encerraram em Atenas a Universidade Nacional e Capodistriana de Atenas, a mais antiga da Grécia (fundada em 1837), e a histórica Universidade Politécnica de Atenas, símbolo da resistência contra a ditadura militar. Este encerramento deu-se depois do Ministério da Educação ter posto mais de um terço do pessoal de ambas as universidades no “plano de mobilidade” imposto pela troika. O plano de mobilidade grego, no qual estão 25 mil funcionários público, implica que recebam 75% do seu salário durante 8 meses e, se no entanto não forem colocados em outras funções, que sejam despedidos.
A reitoria da Universidade Nacional acusou o governo de Samaras de “destruir com as suas decisões a educação superior das novas gerações, a maior esperança que temos de superar a crise social e económica que afecta o nosso país”.
A resistência à troika e aos governos que lambem o chão em que ela pisa é um imperativo histórico. Vivemos tempos de escolhas simples: Educação para todos ou só para alguns? Saúde pública ou flagelo? Transporte público ou gueto? Constituição ou memorando da troika? Cultura ou ignorância? Pensões e salários dignos ou miséria permanente? Nós ou a troika? Democracia ou a troika? Não há tempo para meias-palavras ou para meios-actos. O tempo de escolhas é agora. A mobilização terá que ser avassaladora. Temos literalmente um combate pela frente. O combate das nossas vidas, o combate pelas nossas vidas. Onde estarás tu no dia 26 de Outubro? Não há becos sem saída! Onde estarás tu quando o gongo soar?
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Orfãos da terra que nos Pariu!
que em Cronos acelerado nos cobra os ossos!
Nem a velha loba assim comeu os filhos!
Por cada voto uma cabeça que vai rolar!
-Chegou a hora de vindimar!
e porque somos um povo de bom vinho, os que tiverem mais
votos, serão as cepas assinaladas de onde virão as primeiras
cabeças a encher os cestos!
sem esquecer as velhas cepas como cavacos, por onde deveremos começar!
Pega na pedra no papel na tesoura na faca na gadanha no martelo e na foice !
e como novos irmãos de sangue selaremos o pacto,
deixemo-nos embebedar pela Sangria que brotar na rua!
Que se regue com vinho a terra para afastar a peste!
abraçarei a morte na guerra como respiração,
em vez da asfixia da escravatura em que desvivo!
Adapta-te e Morre!
Miguel Gorjão Clara
24/9/2013