Van Zeller quer mais horas de trabalho gratuito e ameaça trabalhadores do privado com despedimentos
FranciscoVan Zeller, ex-patrão da CIP (Confederação da Insdústria Portuguesa) afirmou hoje que “A meia hora não fará nada”, a não ser que esteja “ligada ao banco de horas”. Van Zeller demonstra assim que os patrões querem mais trabalho gratuito, como sempre. Os 17 dias por ano que os trabalhadores portugueses vão dar das suas vidas aos patrões, de nada servirá para a economia, mas é um presente que os patrões anseiam e desejam em maior quantidade. Para além da declaração desta vontade, Van Zeller inicia uma nova chantagem sobre os trabalhadores do sector privado, afirmando que a supressão dos subsídios de férias e natal “É uma das possibilidades. As empresas, ao preferirem não despedir, podem cortar nos subsídios ou noutras regalias para evitar despedimentos. Não se sabe como é que isto pode ser feito legalmente, mas em 1983 fez-se”.
Recordemos que Francisco Van Zeller, homem forte dos negócios e dos patrões em Portugal, foi conduzido pelo ex-ministro da economia do PS – Vieira da Silva – a presidente do Conselho para a Promoção da Internacionalização, uma estrutura definida pelo Governo de Portugal. Assim, um dos defensores da proposta generalizada de exploração e precariedade torna-se governante do país representando interesses contraditórios com os da maioria das pessoas, que vivem ou querem viver do seu trabalho.
Em Outubro de 2008, Van Zeller, na altura presidente da CIP, tinha informado quem quisesse ouvir que os patrões não estavam dispostos a abrir mão de um cêntimo que fosse para a Segurança Social no que diz respeito ao seu contingente de trabalhadores ilegais e sem direitos a falsos recibos verdes. Dizia: “É muito possível. Nós alertamos na altura que isso poderia acontecer, só o mercado o dirá. Tal como nos recibos verdes aqueles 5%. Não sei até que ponto não vai vai recair . Se vocês trabalham a recibo verde vejam ao fim do mês ou no próximo contrato o que é que vos acontece, quem é que paga os 5%… (risos)”
Segundo a proposta de lei do Orçamento de Estado para 2012, que foi ontem entregue na Assembleia da República, os trabalhadores do sector privado vão cumprir mais meia hora por dia de trabalho gratuito nos próximos dois anos, os subsídios de férias e de Natal são roubados aos funcionários públicos (e das empresas do Estado) e reformados durante o período de vigência do programa da troika.
Este programa, de ajuda à banca e aos grupos financeiros, visa essencialmente cobrir as perdas criadas pela gestão publica danosa que sucessivamente entrega a exploração das riquezas e produção do país ao sector privado. Visa também cobrir a acumulação de banqueiros e especuladores que através de manobras ilegais e de corrupção usam redes de influência e poder político para capturar dividendos e lucros astronómicos que são regularizados com os empréstimos pagos por todos os cidadãos a juros (mais uma vez, exorbitantes).
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Os Precários Inflexíveis e todos os outros grupos, têm de adoptar uma nova abordagem. Ir acampar para os sítios do «poder» e decisão governativa, já não chega.
O que era bom, era obter as moradas das principais moradias de gente como o Van Zeller; Belmiro; Soares dos Santos; Zeinal; Mexia; e acampar à porta de casa deles. Mas mesmo imensa gente.
Ou seguir as suas famílias com cartazes: «o seu marido (ou pai) explora-me / enterra o país», etc.
É preciso levar isto para outro nível nunca antes visto.
Vamos perseguir os culpados do estado do país.