O fascismo de volta à Europa: Hungria autoriza disparar contra refugiados

Falava-se à boca pequena há muito. As imagens que nos chegavam dos refugiados a fugirem em massa da guerra e da miséria, atravessando outro país onde eram acossados, aprisionados, apedrejados, enganados e alimentados como animais eram um sinal bastante claro. O facto da imprensa não ser livre há muito em Budapeste e dos tribunais estarem sujeitos à vontade de Viktor Órban e do seu partido Fidesz, que alimentavam em conjunto com os neonazis do Jobbik o ódio aos estrangeiros e à democracia eram factos. Agora, o governo húngaro aprovou uma lei que autoriza polícia e militares a disparar sobre refugiados e as autoridades a entrar em qualquer casa suspeita de abrigar migrantes. Mais claro não podia ser.

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A União Europeia, aquela mesma que suprimiu à força o primeiro governo grego Syriza por este ter ousado levantar-se contra a austeridade, assobia para o lado. O que não cabe dentro da União Europeia neste momento parece ser a democracia, já que o autoritarismo, o fascismo e as ditaduras fazem caminho em todo o processo da “construção europeia”. Onde a Europa devia representar uma esperança para uma pequena fracção dos refugiados que pensaram poder encontrar aqui refúgio (depois da UE, com os EUA, ter andado décadas a fomentar guerras em países alheios), representa agora um perigo de morte. A Hungria é neste momento um país sob o controlo de poderes fascistas, racistas e inimigos de quem defenda a liberdade, a dignidade e a democracia. O que é que isso faz da UE?

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