Salário mínimo sobe para 505€, mas são os trabalhadores que pagam

O governo anunciou ontem que a Concertação Social chegou a acordo sobre o aumento do salário mínimo com os patrões e o governo a aceitarem a proposta da UGT para a subida para 505€ em 2015.

É uma subida importante para mais de 400 mil pessoas no sector privado e esses 20€ mensais farão com certeza muita falta a estas famílias, no entanto, a posição relativa de portugal nos salários mínimos nominais da Europa mantém-se. Estamos e ficaremos no 11º lugar, atrás da Grécia e bem atrás da Irlanda – outros países que também sofreram a intervenção da troika.

Dados Eurostat
Dados Eurostat

Para além disso, e tal como no acordo de 2010, os patrões não deram ponto sem nó e garantiram que não sairia dos seus lucros este aumento do salário mínimo.

Assim, para compensar a subida de 20€ no salário mínimo a taxa social única destes trabalhadores vai descer 0,75 pontos percentuais.

Com este sistema adiciona-se stress à Segurança Social de forma a beneficiar os empregadores, que muito ganharam com o congelamento do salário mínimo.

A CGTP tinha proposto uma subida para 515€ já em 2014, chegando aos 600€ em 2016 de forma a acompanhar o poder de compra perdido.

Percebe-se que o governo venha agora tentar subir o salário mínimo por questões eleitoralistas, mas este aumento não repõe a justiça na distribuição do rendimento. Aliás, relembramos que foi a própria OCDE a dizer que os salários baixo estavam a matar a economia e que a subida dos salários estava bem abaixo da subida produtividade (ver gráfico aqui).

Notícia aqui.

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