18755 por mês, 4689 por semana, 625 por dia
Há muito que o defendemos publicamente, que o consubstanciamos analiticamente. Os dados mais recentes do INE mais uma vez comprovam. A precariedade é o prelúdio para o desemprego. Apenas no último trimestre 54 mil contratados a prazo e 30 mil trabalhadores a recibo verde perderam o emprego. A destruição de emprego cifra-se em mais 337,6 mil desempregados desde a chegada da troika. São 18755 novos desempregados por mês. 4689 novos desempregados por semana. 625 novos desempregados por dia. Isto é o regime de austeridade do governo e da troika.
Nas análises anteriores feitas pela Associação de Combate à Precariedade (aqui) tínhamos já destacado as principais tendências do desemprego e da precariedade no Portugal da era da troika: os dados oficiais já admitem que precários e desempregados são a condição maioritária entre os trabalhadores; há um declínio contínuo do número de trabalhadores com direitos, e mesmo dentro do trabalho precário ascendem as formas mais extremas de precariedade como o subemprego e o part-time involuntário. A precariedade não evita o desemprego, mas promove-o.
Estas tendências agravaram-se acentuadamente, com o quatro trimestre de 2012 a ser absolutamente devastador para quem trabalha. Desde a assinatura do memorando da troika:
– Perderam-se 144 mil empregos de trabalhadores contratados a prazo;
– O número de trabalhadores em situação de subemprego aumentou em 86 mil;
– O número de trabalhadores a part-time aumentou em 12.6 mil (havendo uma perda de 20 mil empregos nesta modalidade apenas desde o trimestre anterior).
– Há mais 337,6 mil desempregados;
– O número de pessoas que trabalha com vínculos precários ou que está desempregada na população activa já está nos 54,1%.
– O desemprego oficial é de 16,9%; entre os jovens, a taxa oficial de desemprego é de 40%. Os dados oficiais excluem os inactivos, que adicionando aos desempregados “oficiais” coloca a taxa de desemprego real nos 22,25%, 1.213.700 pessoas sem emprego.
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